Análise comparativa da mortalidade por icterícia neonatal no Brasil, Nordeste e Piauí: série epidemiológica de 2010 a 2019
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6423Palavras-chave:
Hiperbilirrubinemia; Icterícia neonatal; Kernicterus; Fatores de risco; Mortalidade.Resumo
Objetivo: avaliar a mortalidade por icterícia neonatal no Brasil, Nordeste e Piauí. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, com delineamento quantitativo e descritivo. Utilizou-se dados secundários do Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10 do Ministério da Saúde do Brasil. Incluiu-se no estudo, a série de óbitos de menores de 1 ano por icterícia neonatal e kernicterus, entre os anos de 2010 e 2019, no Brasil, na Região Nordeste e no Estado do Piauí. Utilizou-se o programa Microsoft Office Excel 2019 para a análise descritiva simples. Resultados: nos últimos 10 anos, ocorreram no Brasil 1.008 óbitos por icterícia neonatal. Observou-se que a mortalidade foi mais prevalente no sexo masculino e na cor/raça parda. As causas especificas de icterícia de maior mortalidade no Brasil e no Nordeste foram, respectivamente, a infecção, o parto prematuro e a isoimunização. No Piauí, a principal causa foi a isoimunização, seguida da infecção e do parto prematuro. Conclusão: a mortalidade por icterícia neonatal apresentou tendência de redução no Brasil e no Nordeste, enquanto no Piauí mostrou uma média anual de casos pequena e estável. A comparação da situação epidemiológica de mortalidade por icterícia entre o Brasil, a Região Nordeste e o Estado do Piauí fornece subsídios para implementação de ações de prevenção e controle adequados.
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