O ensino útil para os Menores Transviados: o caso de Pindobal na Paraíba do século XX
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i8.6641Palavras-chave:
Ensino agrícola; Pindobal; Centro agrícola Presidente João Pessoa; Ensino.Resumo
O presente artigo tem o objetivo de analisar o surgimento do Centro Agrícola Presidente João Pessoa (Pindobal) à luz dos preceitos da Escola Nova, em meados dos anos de 1930, no estado da Paraíba. Os caminhos metodológicos que percorremos são de caráter documental e de base qualitativa, utilizando o impresso como principal fonte de pesquisa, partindo do Paradigma Indiciário e da Análise do Discurso para desvelar a criação de Pindobal. De maneira pragmática, os resultados estão balizados na afirmação de que Pindobal é uma instituição pensada sob duas óticas: a do ensino profissional agrícola e a da correção para possíveis desvios de condutas, culminando no encarcerar para civilizar. Tal instituição é criada para amparar jovens em situação de vulnerabilidade social e, segundo os impressos, assume o objetivo de socializar o ensino útil para os menores transviados. Destacamos, ainda, que tal instituição assume elementos do escolanovismo, na medida em que o diretor Sizenando Costa faz duras críticas a modelos de ensino livrescos e defende um ensino para o trabalho e para a vida.
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