Bioindicadores alternativos da qualidade da água para consumo humano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.6824

Palavras-chave:

Qualidade da água; Biomarcadores; Água para consumo humano; Metodologias de rastreamento microbiológico; Contaminação fecal

Resumo

A segurança microbiológica da água está relacionada à contaminação fecal, e os biomarcadores convencionais de contaminação da água para consumo humano não permitem revelar qual é a fonte de contaminação fecal. O objetivo da pesquisa é encontrar evidências científicas sobre biomarcadores alternativos que possam identificar a fonte de contaminação fecal na água destinada ao consumo humano. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, tipo revisão integrativa de literatura. Biomarcadores utilizados foram bactérias, vírus, protozoários e arqueas, e 72,7% dos estudos tiveram amostras provenientes de águas subterrâneas. Taxas de detecção de marcadores genéticos Bacteriodales específicos de humanos foram maiores do que de animais na maioria dos estudos, destaca-se este achado em águas subterrâneas. Marcadores arqueais foram mais prevalentes que Bacteriodales nos corpos de água estudados. A variabilidade sazonal da ocorrência dos biomarcadores de contaminação fecal foi identificada em 60% dos estudos que realizaram essa avaliação. A sensibilidade e a especificidade dos marcadores espécie-específicos podem variar de acordo com a região estudada. Sugere-se que o uso desses marcadores deve ser combinado ao monitoramento de biomarcadores de contaminação fecal convencionais. Percebe-se a necessidade de mais pesquisas que utilizem biomarcadores que identifiquem possíveis fontes de contaminação humana e/ou animal na água de consumo humano, e que avaliem risco e incidência de doenças de veiculação hídrica nos locais estudados.

Referências

Bianco, K. et al. (2015). Fecal pollution source tracking in waters intended for human supply based on archaeal and bacterial genetic markers. Journal of Water and Health, 13 (4), p. 985-95. DOI: https://doi.org/10.2166/wh.2015.292.

Borrego, J. J. et al. (1987). Coliphages as an indicator of faecal pollution in water. its relationship with indicator and pathogenic microorganisms. Wat. Res., 21 (12), p. 1473-80. DOI: https://doi.org/10.1016/0043-1354(87)90130-8.

Brasil. (2006). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boas práticas no abastecimento de água: procedimentos para a minimização de riscos à saúde. Brasília: MS. 252 p. Disponível em http://www.cvs.saude.sp.gov.br/pdf/boas_praticas_agua.pdf.

Brasil. (2016). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Diretriz Nacional do Plano de Amostragem da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. Brasília: MS. 51p. Disponível em http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/junho/06/diretriz-nacional-plano-amostragem-agua.pdf.

Brasil. (2017). Ministério da Saúde. Portaria da Consolidação nº 5, de 03 de outubro de 2017, Anexo XX. 2017. Estabelece o controle e da vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Disponível em https://cevs-admin.rs.gov.br/upload/arquivos/201804/26143402-anexo-xx.pdf.

Copeland, C. C. et al. (2009). Faecal contamination of drinking water in a Brazilian shanty town: importance of household storage and new human faecal marker testing. Journal of Water and Health, 7 (2), p. 324-31. DOI: https://doi.org/10.2166/wh.2009.081.

Diston, D. et al. (2018). Microbial source tracking in highly vulnerable karst drinking water resources. Journal of Water and Health, 16 (1), p. 138-49. DOI: https://doi.org/10.2166/wh.2017.215.

Fernández-Molina, M., Álvarez-Alcántara, A. & Espigares-García, M. (2001). Transmisión fecohídrica y virus de la hepatitis A. Hig San Amb, 1, p. 8–18. Disponível em https://pdfs.semanticscholar.org/d1a1/e439f4eea499b7f4e9b0b6885fd045731e5d.pdf?_ga=2.232622367.1800065763.1594922855-1667938919.1566854101.

Giglio, O. et al. (2016). Microbiological and hydrogeological assessment of groundwater in southern Italy. Environ Monit Assess, 188 (638), p. 1-9. DOI: https://doi.org/10.1007/s10661-016-5655-y.

Harwood, V. J. et al. (2014). Microbial source tracking markers for detection of fecal contamination in environmental waters: relationships between pathogens and human health outcomes. FEMS Microbiol Rev, 38 (1), p. 1–40. DOI: https://doi.org/10.1111/1574-6976.12031.

Krolik, J. et al. (2014). Microbial source tracking and spatial analysis of E. coli contaminated private well waters in southeastern Ontario. Journal of Water and Health, 12 (2), p. 348-57. DOI: https://doi.org/10.2166/wh.2013.192.

Malla, B. et al. (2018). Identification of Human and Animal Fecal Contamination in Drinking Water Sources in the Kathmandu Valley, Nepal, Using Host-Associated Bacteroidales Quantitative PCR Assays. Water, 10 (1), p. 1-16. DOI: https://doi.org/10.3390/w10121796.

Mendonça, F. C. et al. (2019). Avaliação da qualidade de água para consumo humano em fonte subterrânea na região do recôncavo da Bahia. Águas Subterrâneas, 33 (4), p. 1-8. DOI: https://doi.org/10.14295/ras.v33i4.29751.

Nescerecka, A. et al. (2014). Biological Instability in a Chlorinated Drinking Water Distribution Network. PLoS ONE, 9 (5), p. 1-11. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0096354.

Odagiri, M. et al. (2016). Human fecal and pathogen exposure pathways in rural Indian villages and the effect of increased latrine coverage. Water Research, 100, p. 232-44. DOI: 10.1016/j.watres.2016.05.015.

Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Pulido, M. del P. A. et al. (2005). Indicadores microbiológicos de contaminación de las fuentes de agua. Nova Publicacion Científica, 3 (4), p. 69-79. DOI: https://doi.org/10.22490/24629448.338.

Ramírez-Gonzales, A. & Viña-Vizcaíno, G. (2000). Limnología colombiana, aportes a su conocimiento. Colombia: Fundación Universidad Jorge Tadeo Lozano. 293p.

Rios-Tobon, S., Agudelo-Cadavid, R. M. & Gutierrez-Builes, L. (2017). Pathogens and Microbiological Indicators of the Quality of Water for Human Consumption. Rev. Fac. Nac. Salud Pública, 35 (2), p. 236-47. DOI: https://doi.org/10.17533/udea.rfnsp.v35n2a08.

Rodrigues, M. T. et al. (2017). Human adenovirus spread, rainfalls, and the occurrence of gastroenteritis cases in a Brazilian basin. Environ Monit Assess, 187 (720), p.1-12. DOI: https://doi.org/10.1007/s10661-017-5979-2

Silva, M. C. A. et al. (2015). Avaliação da viabilidade de utilização de colifagos como indicadores de poluição fecal: suas relações com parâmetros físicos e químicos e indicadores bacterianos. Eng Sanit Ambient, 20 (4), p. 645-52. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-41522015020040132584.

Sorensen, J. P. R. et al. (2015). Tracing enteric pathogen contamination in sub-Saharan African groundwater. Science of the Total Environment, 538, p. 888–95. DOI: ttps://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2015.08.119.

Souza, M. T, Silva, M. D. & Carvalho, R. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8 (1), p. 102-106. DOI: https://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134.

United Nations General Assembly (Unga). (2015). Resolution adopted by the General Assembly on 25 September 2015. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable Development. Disponível em https://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/70/1&Lang=E.

Weiss, P. et al. (2016). Well water quality in rural Nicaragua using a low-cost bacterial test and microbial source tracking. Journal of Water and Health, 14 (2), p. 199-207. DOI: https://doi.org/10.2166/wh.2015.075.

World Health Organization (WHO). (2017). Guidelines for drinking water quality: fourth edition incorporating the first addendum. Geneva, WHO. 542p. Disponível em https://www.who.int/water_sanitation_health/publications/drinking-water-quality-guidelines-4-including-1st-addendum/en/.

World Health Organization (WHO) & The United Nations Children’s Fund (UNICEF). (2017). Progress on drinking water, sanitation and hygiene: 2017 update and SDG baselines. Geneva; WHO. Disponível em https://www.unicef.org/publications/index_96611.html.

Zorzi, L., Turatti, L. & Mazzarino, J. M. (2016). O direito humano de acesso à água potável: uma análise continental baseada nos Fóruns Mundiais da Água. Rev. Ambient. Água, 11 (4), p. 954-71. DOI: https://doi.org/10.4136/ambi-agua.1861.

Downloads

Publicado

11/08/2020

Como Citar

DARONCO, C. R.; BÁRTA, R. L.; SILVA, J. A. G. da; COLET, C. de F.; STUMM, E. M. F. Bioindicadores alternativos da qualidade da água para consumo humano. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e51996824, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.6824. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/6824. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão