Gênero e educação na imprensa paraibana (1964-1966)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7208Palavras-chave:
História da educação; Imprensa; Mulheres; Educadoras.Resumo
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre mulheres, educação e educadoras a partir dos impressos paraibanos de meados da década de 1960. Pretendeu-se analisar o panorama geral da educação do período e identificar a posição e os discursos a respeito da mulher naquela sociedade, em especial das educadoras. A pesquisa documental, alicerçada nas perspectivas da Nova História, utilizou como aporte teórico as discussões sobre o uso da imprensa como fonte histórica e os estudos de gênero. As fontes levantadas foram examinadas segundo o método misto, aliando análises qualitativas e quantitativas. A partir da análise dos documentos investigados, foi possível ter uma visão aproximada do que foi a educação paraibana na década de 1960, marcada pela expansão do ensino secundário e pelos impactos do regime militar. Sobre as mulheres, ao mesmo tempo em que elas eram pouco presentes no periódico investigado, foi identificada a existência de um debate de fundo que questionava as restrições impostas ao feminino. A sub-representação feminina fora de espaços tradicionalmente reservados às mulheres era quebrada pela figura da educadora. Presença constante nos periódicos, as educadoras ao mesmo tempo que sofriam com o peso dos estereótipos de gênero, eram mulheres que se libertavam do confinamento do lar doméstico e conquistavam o espaço público, se engajando em posições de poder e se destacando como intelectuais mediadoras. Figuras importantes para o corpo social, evidenciam a importância do magistério como estratégia para as mulheres penetrarem em espaços até então restritos ao sexo masculino.
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