Fatores de risco associados ao desenvolvimento de transtornos mentais em estudantes universitários
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7454Palavras-chave:
Saúde mental; Fatores de risco; Estudantes; Transtornos mentais.Resumo
O ambiente acadêmico proporciona novas descobertas, interações sociais, autoconhecimento e inúmeras outras vantagens. Entretanto, seus discentes são expostos a altos níveis de estresse e pressão constantemente, que podem levar ao desenvolvimento de distúrbios mentais. Sendo assim, o objetivo desse artigo é descrever os fatores de risco associados ao desenvolvimento de transtornos mentais em estudantes universitários. Foi feita uma revisão bibliográfica narrativa usando-se artigos científicos dos últimos 20 anos, através das bases de dados Medline, The Cochrane Library Database, Lilacs, PubMed, SciELO, Research Gate, Science Direct, PePSIC, Psicologado e FioCruz; utilizaram-se os descritores Saúde mental; Fatores de risco; Estudantes; Transtornos mentais e o booleano AND. Nota-se a dificuldade encontrada na transição universitária pelas altas expectativas seguidas do desencanto pela instituição ou até mesmo pelo curso escolhido. A sobrecarga das atividades propostas ocasiona o esgotamento físico e mental dos alunos, que escolhem recorrer a certas drogas para manter o alto desempenho acadêmico. Discutiu-se a relação existente entre algumas substâncias e o desenvolvimento de transtornos mentais, sendo que sintomas de ansiedade e depressão ganharam destaque, associados ou não ao suicídio. Como consequência da extensa jornada acadêmica, há o uso de estimulantes, a qualidade e tempo de sono são prejudicados, influenciando negativamente o bem estar e a saúde mental. Assim sendo, a detecção e tratamento de distúrbios mentais devem ser realizados o quanto antes, com o propósito de poupar o detrimento do desempenho físico e psíquico dos futuros profissionais do país.
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