Avanços e desafios do direito à educação no sistema prisional brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7583

Palavras-chave:

Sistema prisional; Direito à educação; Remição.

Resumo

A educação constituiu-se como um privilégio de poucos, tornando se direito fundamental na Constituição de 1988. Já no âmbito prisional, somente a partir de 2011 ela se tornou um direito de remição da pena, depois de muitos anos de tramitação do projeto de Lei no Congresso Nacional. Dados do levantamento de informações penitenciarias revelam que mais da metade, ou seja, 60,38% da população carcerária possui baixa escolaridade e apenas 10,58% estão inseridos em alguma atividade educacional. Diante disso, o objetivo deste estudo foi promover uma reflexão teórica sobre o direito à educação no sistema prisional brasileiro, para tanto fez uso com revisão bibliográfica e consultou as principais normas que versam sobre a educação no âmbito prisional. Desse modo, foi possível correlacionar que, apesar dos recentes avanços normativos, a oferta e acesso à educação no cárcere enfrenta muitos desafios, entre eles a forma como vem sendo desenvolvida, sendo relacionada a vontades políticas de cada governo; e, ainda, a compreensão da sociedade e gestores prisionais que veem a educação como privilégio contrapondo a um direito que independe da condição de privação de liberdade.

Referências

Alexandria, P. D. T. M. (2020). a importância da educação em ambiente de aprisionamento: uma reflexão acerca das políticas públicas e seus processos ressocializadores. Humanidades & Inovação, 7(4), 55-69.

Almeida, D. A. (2016). Manual APA: Regras gerais de estilo e formatação de trabalhos acadêmicos.

Brasil. (2011). Congresso Nacional. Lei nº 12.433/2011. Altera a Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), para dispor sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou por trabalho. Diário Oficial da União, 30 jun. 2011. Brasília, DF.

Brasil. (2011). Decreto 7. 626, de 24 de novembro de 2011. Institui o Plano Nacional de Educação no âmbito do Sistema Prisional. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de novembro de 2011. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7626.htm.

Brasil. (1984). Lei n. 7. 210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm.

Brasil. (2013). Conselho Nacional de Justiça. Recomendação n. 44, de 26 de novembro de 2013. Dispõe sobre atividades educacionais complementares para fins de remição da pena pelo estudo e estabelece critérios para a admissão pela leitura. Recuperado de: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/1907.

Brasil. (1996). Lei de Diretrizes e Base da Educação. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.

Brasil. (2018). Ministério dos Direitos Humanos. Guia de orientação para a criação e implementação de Órgãos, Conselhos e Planos de Promoção da Igualdade Racial; Brasília. Recuperado de: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/igualdade-racial/Guia_de_orgaos_conselhos_planos_de_promocao_da_igualdade_racial1.pdf.

Brasil. (1967). Constituição da República Federativa do Brasil de 1967. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67.htm.

Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.

Brasil. (2013). LEI 12.852/2013 de 05 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da Juventude. Recuperado de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12852.htm.

Chaves, A., & Almeida, L. (2020). A Política do retrocesso: educação e desigualdade no Brasil. Research, Society and Development. 9, (8). Recuperado de: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5957/5146.

Cunha, L. A. C. R. (2007). A universidade temporã: o ensino superior da colônia à era Vargas. Unesp.

DEPEN. (2019). Ministério da Justiça/Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento nacional de informações penitenciárias. Infopen – junho de 2016. Brasília. Recuperado de: http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen/relatorios-sinteticos/infopen-jun-2017-rev-12072019-0721.pdf.

Di Pierro, M. C., Joia, O., & Ribeiro, V. M. (2001). Visões da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Cadernos Cedes, 21(55), 58-77.

Duarte, A. J. O., & Sivieri-Pereira, H. O. (2018). Aspectos históricos da educação escolar nas instituições prisionais brasileiras do período imperial ao século XXI. Educação Unisinos, 22(4), 344-352.

Fonaprace, V. (2019). Pesquisa do perfil socioeconômico e cultural dos estudantes de graduação das universidades federias. Uberlândia. Recuperado de: http://www.fonaprace.andifes.org.br/site/index.php/2019/06/21/pesquisa-traca-perfil-de-alunos-das-universidades-federais/.

Foucault, M. (2014). Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis, RJ: Vozes.

Gil, A.C. (2019). Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed.[3.Reimpr.]. - São Paulo: Atlas.

Houaiss, A., & Villar, M. S. (2015). Pequeno Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ª edição- São Paulo; Moderna.

IBGE PNAD Continua. (2017). 51% da população com 25 anos ou mais do Brasil possuíam apenas o ensino fundamental completo. Agência de notícias do IBGE. Recuperado de: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101657.

Ireland, T. D. (2012). Educação em prisões no Brasil: direito, contradições e desafios. Em Aberto, 24(86), p, 19-39.

Julião, E. F. (2010). Uma visão socioeducativa da educação como programa de reinserção social na política de execução penal. Recuperado de: https://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/vertentes/Vertentes_35/elionaldo.pdf.

Milanovic, B. (2016). A Desigualdade no Mundo-Uma Nova Abordagem para a Era da v Globalização. Lisboa: Actual.

Nascimento, C. G. (2019). Domesticação, adestramento e barbárie: Os limites e as esperanças da educação no Brasil. Revista da Faculdade de Educação, 8(10), 29-49.

Oliveira, M. M. D. (2004). As origens da educação no Brasil da hegemonia católica às primeiras tentativas de organização do ensino. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação, v. 12(45), 945-958.

Oliveira, C. B. F. D. (2017). A educação nas prisões brasileiras: a responsabilidade da universidade pública. (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação, São Paulo. Recuperado de: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-31102017-111844/en.php.

Onofre, E. M. C., & Julião, E. F. (2013). A Educação na Prisão como Política Pública: entre desafios e tarefas. Educação & Realidade, 38(1), 51-69.

Onofre, E. M. C. (2016). Educação, escolarização e trabalho em prisões: apontamentos teóricos e reflexões do cotidiano. Cadernos CEDES, 36(98), 1-6.

Piketty, T. (2014). O Capital no Século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca.

Rabenhorst, E. R. (2008). O que são os direitos humanos. Direitos Humanos: capacitação de educadores. Fundamentos histórico filosóficos e político-jurídicos da Educação em Direitos Humanos. João Pessoa: Editora Universitária, 13-21.

Rocha, M. E. G. T., & Bastos, R. C. R. (2020). Os Reflexos das reformas pombalinas no Brasil oitocentista. Revista de Direito da Amazônia, 1(1).

Santos, I. A. S., & Estrada, A. A. (2020). Educação como medida de ressocialização ao privado de liberdade da Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste (PECO). Revista Cocar, 14(28), 226-242.

Saviani, D., Almeida, J. S., Souza, R. F., & Valdemarin, V. T. (2017). O legado educacional do século XIX. Autores Associados.

Serra, C. H. A. (2013). Estado penal e encarceramento em massa no Brasil. Prisões e punição no Brasil contemporâneo. Salvador: EDUFBA, 30-45.

Seiffert, O. M. L. B., & Hage, S. M. (2008). Políticas de ações afirmativas para a educação superior no Brasil: da intenção à realidade. Educação superior no Brasil, 10, 137-162.

Silva, L. L. (2019). Juventude encarcerada no brasil: espaços de privação de liberdade e oferta de educação escolar. Revista Fragmentos de Cultura-Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, 29(3), 385-398.

Soratto, B. B. (2020). O inimigo no direito penal e a seletividade social. Anais do Seminário Internacional em Direitos Humanos e Sociedade, v. 2.

Souza, E. A. M. (2018) História da educação no Brasil: o elitismo e a exclusão no ensino. Cadernos da Pedagogia, 12(23).

Tønseth, C., Bergsland, R., & Hui, S. K. F. (2019). Prison education in Norway–The importance for work and life after release. Cogent Education, 6(1), 1628408.

Torres, E. N. S. (2017). A gênese da remição de pena pelo estudo: o dispositivo jurídico-político e a garantia do direito à educação aos privados de liberdade no Brasil. (Tese de Doutorado) Universidade Estadual de Campinas, Programa de Pós-Graduação em Educação, Campinas, São Paulo.

Wacquant, L. (2008). O lugar da prisão na nova administração da pobreza. Novos estudos CEBRAP, (80), 9-19.

Downloads

Publicado

30/08/2020

Como Citar

LOBATO, S. C.; LIMA, V. L. de A. .; CHAVES, A. B. P. .; ARAÚJO, A. dos R. . Avanços e desafios do direito à educação no sistema prisional brasileiro. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 9, p. e581997583, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i9.7583. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/7583. Acesso em: 11 maio. 2025.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais