Associação dos fatores demográficos e clínicos com a gravidade e desfecho da sepse
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7759Palavras-chave:
Sepse; Choque séptico; Hiperlactatemia; Protocolos.Resumo
Objetivo: Analisar a associação dos fatores demográficos e clínicos, em especial os níveis do lactato, com a gravidade e desfecho da sepse. Método: Estudo de coorte, envolvendo 1184 pacientes de um hospital universitário de Porto Alegre/Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta de dados deu-se por busca ativa e em prontuários de pacientes com sepse, no período de 2013 a 2015. Resultado: Da amostra, 59,7% (707) foram provenientes da emergência, com 2,0 ± 1,39 comorbidades por paciente, com distribuição similar entre homens e mulheres. A sepse acometeu grande parte dos pacientes, mas na sua grande maioria para choque séptico, tendo como principal foco o respiratório. Níveis excessivos de lactato sérico (maior que 4 mmol/l) resultaram em maior mortalidade e menos de 6% tiveram o lactato recoletado até a sexta hora. Conclusão: Os fatores demográficos e clínicos que se associaram com a gravidade e os desfechos foram a procedência e a coleta do lactato em até 3 horas. O lactato mais uma vez mostrou que é um importante marcador de gravidade para pacientes sépticos, não deve ser um marcador usado somente no choque séptico, mas, sim, nos casos de suspeita de sepse. O cuidado com a sepse tem fundamental importância desde o diagnóstico até o tratamento e precisa ser seguido com maior fidelidade. O conhecimento e adesão às diretrizes rastreiam, qualificam e consolidam a assistência segura ao paciente.
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