A prática do aleitamento materno entre mulheres em atividade laboral: revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7778Palavras-chave:
Aleitamento materno; Legislação trabalhista; Mulheres trabalhadoras; Direitos da mulher.Resumo
Objetivo: Analisar as evidências científicas acerca do direito ao aleitamento materno entre mulheres em atividade laboral. Métodos: Revisão integrativa da literatura norteada pela questão: Quais os aspectos evidenciados acerca da prática ao aleitamento materno entre mulheres em atividade laboral? Buscas realizadas nas bases de dados LILACS, PubMed® e MEDLINE® e SciELO em maio de 2020, utilizando os descritores “Breast feeding”, “Women working”, “Workplace”, “Legislation, labor” combinados utilizando os operadores booleanos “AND” e “OR”. Incluíu-se estudos disponíveis na íntegra, em português, inglês e espanhol, sendo excluídas dissertações, teses, revisões de literatura e notas editoriais. Resultados: A amostra final resultou em 15 artigos, a maioria dos estudos foram realizados em distintos cenários internacionais e com nível de evidência VI. A maior proporção de estudos utilizou delineamento transversal. Fatores como trabalho materno, escolaridade materna, renda familiar baixa, idade materna, tipo de parto, decisão materna, depressão e paridade estiveram associados ao desmame precoce. A falta de ambientes de apoio no trabalho, as instalações de lactação e o período de licença-maternidade remunerada foram todos citados como barreiras à amamentação no local de trabalho. Conclusão: Os estudos demonstraram a dificuldade de manutenção do aleitamento materno após o retorno ao trabalho. Direitos relacionados à promoção do aleitamento não garantidos em sua totalidade impossibilitam a continuidade do aleitamento materno exclusivo entre mulheres em atividade laboral. A ampliação da licença maternidade de 120 para 180 dias é apontada como principal fator que reduz o índice de desmame.
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