Incentivos sucessórios entre associados de cooperativas agropecuárias: um estudo na metade norte do Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.8184Palavras-chave:
Sucessão; Cooperativismo; Continuidade; Desenvolvimento rural.Resumo
Este estudo tem por objetivo verificar as perspectivas sucessórias dos associados à Cooperativa Tritícola Sarandi Ltda. (Cotrisal), na unidade do município de Palmeira das Missões (RS). A amostra é aleatória, em que 37 agricultores associados à cooperativa e seus respectivos sucessores foram entrevistados, no período de agosto a outubro de 2019. Os dados foram analisados por meio da Estatística Descritiva, com o auxílio da Microsoft Excel. Por meio da análise, foi possível identificar três grupos de respondentes. O primeiro grupo possui prováveis sucessores (dezenove entrevistados). O segundo grupo, não possuem sucessores na propriedade (oito entrevistados). E o terceiro grupo, os filhos já são sucessores na propriedade (dez entrevistados). Os resultados demonstraram que na percepção dos associados, com ou sem sucessores, diversos são os fatores que influenciam a permanência dos filhos no meio rural. Entre esses fatores está o incentivo aos filhos desde pequenos, a renda, a lucratividade e a tradição familiar. Quanto à percepção dos filhos entrevistados, entre os fatores que influenciam sua permanência estão à permissão para trabalhar na propriedade e o apoio nos estudos/carreira profissional. Além disso, os agricultores entrevistados destacam a importância de diversificar as atividades agrícolas, que resultam em rendas mais satisfatórias aos jovens e, consequentemente, sua permanência no meio rural. Conclui-se que, na percepção dos entrevistados, a decisão de permanecer ou não na propriedade, na condição de sucessores, está atrelada a distintos fatores, que são associados ao contexto em que a família e a propriedade rural estão inseridas.
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