O periódico O Estandarte enquanto veículo de educação presbiteriana entre os anos de 1893 e 1903

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8233

Palavras-chave:

Igreja Presbiteriana; O Estandarte; Educação; Ensino.

Resumo

O objetivo do presente trabalho é o estudo d’O Estandarte enquanto veículo de educação da Igreja Presbiteriana entre 1893 e 1903. É importante observar que 1893 foi o ano de fundação do periódico e que 1903, por divergências das mais variadas possíveis, houve um cisma no presbiterianismo brasileiro e O Estandarte passou a ser dirigido pela nova denominação que nascia com aquela divisão: Igreja Presbiteriana Independente. A metodologia utilizada na pesquisa tem caráter qualitativo, na qual selecionamos as propostas educacionais presentes no periódico em questão. Além disso, leituras de uma bibliografia especializada nos ajudam nas análises das fontes, bem como no entendimento da mentalidade evangélica nacional entre o final do século XIX e o início do século XX. Temos encontrado discussões relativas a instituições, a moralidade, a teologia e a política. Em todos os casos, os redatores exortavam os leitores a adotarem as posturas indicadas nos artigos que eram publicados. Entendemos que naquelas publicações estavam presentes propostas educacionais de forma direta ou indireta. Concluímos que o referido periódico serviu como um educador para os que a ele tinha acesso, em um período de transformações políticas e sociais no Brasil, no qual os presbiterianos buscavam angariar adeptos entre os diversos setores da sociedade objetivando, dessa forma, consolidar seu projeto de expansão no país. Acreditamos que a temática aqui abordada pode contribuir com as discussões relativas à educação protestante dentro da perspectiva da História Cultural.

Biografia do Autor

Paulo Julião da Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Fundação de Ensino Superior de Olinda (FUNESO-2004), Especialização em Ensino de História das Artes e das Religiões pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE-2006), Mestrado em História Social da Cultura Regional pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE-2010) e Doutorado em História Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP-2016). Como parte do doutorado realizou o Estágio de Pesquisa no Exterior (sandwich), como Pesquisador Visitante Júnior na The University of Texas at Austin, entre março e junho de 2013, tendo sido financiado pela FAPESP. É professor adjunto, com dedicação exclusiva, do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação, no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde também participa como pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinar em Formação Humana, Representações e Identidades. Também participa do Grupo de Pesquisa "História das Religiões e Práticas Culturais" da Universidade de Pernambuco (UPE).

José Roberto de Souza, Seminário Presbiteriano do Norte

Doutor e Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Mestre em Teologia Histórica pelo Seminário Presbiteriano do Norte (SPN); Especialista em Ensino de História das Artes e das Religiões pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE); Bacharel em Teologia pelo SPN/UNICAP. Atualmente é coordenador do Departamento de História e professor de História da Igreja no Seminário Presbiteriano do Norte. É integrante dos Grupos de Pesquisas: Religiões, Identidades e Diálogos (UNICAP); História das Práticas Educacionais (UNIT) e do Laboratório de Estudos da História das Religiões - LEHR (UPE). Atualmente desenvolve investigações sobre a História do Protestantismo no Brasil, Fundamentalismo, Fundamentalismo protestantes, História do pentecostalismo e do neopentecostalismo. É curador do Acervo Histórico do Seminário Presbiteriano do Norte e coordenador da montagem do Arquivo do SPN.

Julia Rany Campos Uzun, Universidade Estadual de Campinas

Possui licenciatura e bacharelado em História pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2006-2007). É mestra (2013) e doutora (2020) em História Cultural pela mesma Universidade. Também cursou especialização em Gestão Escolar pela Universidade Cruzeiro do Sul (2017). Durante o mestrado, realizou intercâmbio no Colegio Mexiquense de Toluca - México, atuando como pesquisadora-investigadora sob a supervisão da Profa. Dra. Mílada Bazant Sanchez. Em pesquisa anterior, trabalhou com o desenvolvimento da cultura gospel nos Estados Unidos na região do Deep South. Atualmente, trabalha com as transformações ocorridas no Brasil entre o fim do século XIX e o início do século XX, compreendendo os novos espaços ocupados pela Igreja Católica no universo republicano. Dentre os temas de investigação estão a História da Educação, a História das Mulheres, o nacionalismo, a memória, a História Contemporânea, a História da América Latina, o ensino religioso, as práticas didáticas e o estudo de imagem.

Harley Abrantes Moreira, Universidade de Pernambuco

Graduado em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC) (1995-2000); mestre em História Cultural dos Espaços, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (2007-2009), na linha de pesquisa: Cultura, Poder e Representações Espaciais; doutor em História Cultural pela Universidade de Campinas (UNICAMP) (2015-2019) na linha de pesquisa: Historiografia, Religiões e Cultura onde também atua como membro do Centro de Estudos em História Cultural das Religiões (CEHIR). Sua tese de doutorado tem por título: "onde há desespero, a esperança é importante"? Uma história da expansão do cristianismo batista em Moçambique (1950-1992). É professor do curso de História da Universidade de Pernambuco (UPE), na unidade Petrolina, onde coordena o Laboratório de Estudos em História Cultural das Religiões em África (LEHCRA) e atua como membro do grupo de pesquisa "História e Memória", da mesma instituição. É pesquisador associado do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, à qual seu estágio de doutorado se vinculou durante o segundo semestre de 2016 em Maputo, Beira e Dondo/Moçambique. Também na condição de pesquisador, faz parte do Laboratório de Estudos da História das Religiões - LEHR, vinculado ao Departamento de História da Universidade de Pernambuco (Campus Mata Norte).

Referências

Adamovicz, A. L. C. (2004, setembro) Imprensa Protestante na Primeira República: O Jornal Batista - 1901-1922. Anais, XVII Encontro Regional de História – O lugar da História. ANPUH – SP, Campinas, SP, Brasil, 9, 1.

Adamovicz, A. L. C. (2008) Imprensa protestante na Primeira República: evangelismo, informação e produção cultural. O Jornal Batista (1901 – 1922) (Tese de Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Bourdieu, P. (1989). O poder simbólico. Lisboa: Difel.

Cavalcanti, R. (1994). Cristianismo e política: teoria bíblica e prática histórica. São Paulo: Temática Publicações.

Chartier, R. (1990). A História Cultural entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand.

Chartier, R. (2002). À beira da falésia: a história entre certezas e inquietude. Porto Alegre: UFRGS.

Chartier, R. (2004). Leituras e leitores na França do Antigo Regime. São Paulo: Unesp.

Corrêa, J. A. (1894, março 03). A grande immoralidade. O Estandarte, 2, 12, p. 4.

Fairclough, N. (2001). Discurso e mudança social. Brasília: Editora da UNB.

Ferreira, J. A. (1952). Galeria Evangélica: biografia de pastores presbiterianos que trabalharam no Brasil. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana.

Foucault, M. (2007). A Ordem do Discurso: aula inaugural no Collège de France pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Loyola.

Foucault, M. (2014). Microfísica do poder. São Paulo: Paz e Terra.

Gouvêa, H. (1893, fevereiro 02). A mentira. O Estandarte. 1(6), p. 2,3.

Gutierres, E. A. (2010). Eduardo Carlos Pereira (1855-1923) e o projeto educacional presbiteriano no Brasil (Dissertação de Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, Brasil, 50.

L., R. C. (1893, janeiro 01). Evangelização Pátria III: o seminário. O Estandarte. 1 (4), p. 1, 2.

Lacerda, G. C. (2002). O Estandarte: 1º caderno do centenário. São Paulo: Editora Pendão Real.

Martins, E. (2007). A Bíblia e o bisturi. São Paulo: Ed. Cultura Crista.

Matos, A. S. (2004). Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil (1859-1900): missionários, pastores e leigos do século 19. São Paulo, Cultura Cristã.

Matos, A. S. (2007). A atividade literária dos presbiterianos no Brasil. Fides Reformata, Campinas, (2), 43-62.

Matos, A. S. (2016). Recuperado de http://www.mackenzie.br/15616.html.

Mendonça, A. G. (1995). O celeste porvir: a inserção do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE.

Motta, O. (1900, janeiro 11). O caminho do ímpio. O Estandarte, 8 (2), p. 2, 3.

Nascimento, A. C., & Matos, A. S. (2011). O que todo presbiteriano inteligente deve saber. São Paulo: Editora Z3.

Orlandi, E. P. (1998). Interpretação: autoria, leitura e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 30, 31.

Pereira, E. C. (1893a, fevereiro 04). Instituto Theologico. O Estandarte. 1 (5), p. 3.

Pereira, E. C. (1893b, fevereiro 25). Ensino theologico em S. Paulo. O Estandarte. 1(8), p. 3.

Pereira, E. C. (1893c, janeiro 07). O ESTANDARTE. O Estandarte, 1 (1), p. 1.

Pereira, E. C. (1893d, maio 13). Mariolatria. O Estandarte, 1 (19), p. 3.

Pereira, E. C. (1898, agosto 26). O ESTANDARTE. O Estandarte. 6 (35), p. 2.

Pereira, E. C. (1902, junho 12). O homem do peccado. O Estandarte, 10 (24), p. 1, 2.

Pereira, E. C. (1903, janeiro 22). Circular. O Estandarte, 11 (4), p. 4.

Reinaux, M. (2007). Imprensa e protestantismo no Brasil. Projeto História, São Paulo, 35, 337- 345. Recuperado de https://silo.tips/download/imprensa-e-protestantismo-no-brasil.

Reinaux, M. (2012). A gênese da editoração protestante no Brasil: o circuito de difusão das publicações (1830-1920). CLIO – Revista de Pesquisa Histórica, Recife, 30 (2), 1- 29. Recuperado de https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaclio/article/view/24364.

Ribeiro, L. M. P. (2007). O protestantismo brasileiro: objeto em estudo. REVISTA USP, São Paulo, (73), 117-129. Recuperado de http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/13593.

Santana, M. C. (2019). O Fenômeno do pluralismo religioso e seu impacto na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (Tese de Doutorado). Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP. Brasil.

Silva, A. J. (1902, outubro 30). A maledicência. O Estandarte, 10 (44), p.3.

Silva, C. A. A. (2007). Quando mundos colidem: a imigração confederada para o Brasil (1865-1932) (Dissertação de Mestrado). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil.

Silva, P. J. (2012, setembro) O anticatolicismo protestante através da inserção educacional nos lares. Anais do III Congresso Internacional de História da UFG/ Jataí: História e Diversidade Cultural. Jataí, GO, Brasil, 3.

Silva, S. C. (2009). Educação de papel: impressos protestantes educando mulheres. (Dissertação de Mestrado). Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil.

Silva, S. C. (2013). Guiando almas femininas: a educação protestante da mulher em impressos confessionais no Brasil e em Portugal (Tese de Doutorado em Educação) Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil.

Souza, J. R. (2016). A reação da Igreja Presbiteriana ao advento do pentecostalismo em Pernambuco (1929-1930). São Paulo: Fonte Editorial.

Downloads

Publicado

26/09/2020

Como Citar

SILVA, P. J. da; SOUZA, J. R. de; UZUN, J. R. C. .; MOREIRA, H. A. . O periódico O Estandarte enquanto veículo de educação presbiteriana entre os anos de 1893 e 1903. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e2809108233, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.8233. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8233. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais