Mortalidade por acidentes de transporte terrestre no estado de São Paulo: análise da tendência nos anos de 2000 - 2017

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8283

Palavras-chave:

Legislação; Mortalidade; Acidentes de trânsito; Consumo de bebidas alcoólicas.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi descrever o perfil da mortalidade por acidentes de transporte terrestre (ATT) no estado de São Paulo e os efeitos da Lei Seca sobre a taxa de mortalidade. Foram selecionados, pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), os óbitos com os  códigos V01-V89 determinados na 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), tendo como causa o ATT. Calculou-se, para 8 anos antes e 9 anos após a Lei, a taxa de mortalidade por ATT de acordo com faixa etária e sexo. Além da distribuição (absoluta e percentual) da mortalidade por ATT relacionados as variáveis: faixa etária, sexo, raça, escolaridade, estado civil, categoria da CID-10 e por departamentos regionais de saúde (DRS). Os resultados mostraram uma tendência de aumento de óbitos por ATT antes da Lei e uma queda nos óbitos após a Lei, além de maior frequência de mortalidade no sexo masculino, entre 20-39 anos, solteiros, brancos, com escolaridade de 4-7 anos antes da Lei e de 8-11 anos após a Lei. Maior mortalidade nos Municípios da Grande São Paulo, Baixada Santista, Registro e Taubaté tanto antes como após a Lei; maior registro de mortalidade por outros ATT antes da Lei e uma maior frequência de pedestres traumatizados por ATT após a Lei. Conclui-se então que a implementação da Lei Seca interferiu positivamente na taxa de mortalidade observada no período e nas variáveis analisadas.

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Publicado

20/09/2020

Como Citar

PERIN, V.; SOUZA, L. Z. de .; FONSECA, M. . R. C. C. da; NOVO, C. P. D. Mortalidade por acidentes de transporte terrestre no estado de São Paulo: análise da tendência nos anos de 2000 - 2017. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e1499108283, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.8283. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8283. Acesso em: 26 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde