Tripanossomíase americana e transfusão de sangue: uma perspectiva em áreas endêmicas e não endêmicas na América
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.8288Palavras-chave:
Doença de Chagas; Doadores de sangue; Transfusão de sangue; América latina.Resumo
Este estudo teve como objetivo apresentar um breve histórico da doença e seu potencial risco de transmissão pós-erradicação do vetor em banco de sangue, bem como abordar propostas de monitoramento e prevenção em bancos de sangue para impedir a disseminação da doença. Trata-se de uma revisão narrativa da literatura com manuais, livros, teses, monografias e periódicos científicos publicados em português e inglês, nas bibliotecas abertas e virtuais da BIREME (Biblioteca Regional de Medicina), LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online) por meio dos descritores: tripanossomíase, doença de Chagas e hemoterapia. Em toda a América Latina, a taxa de incidência da doença de Chagas era de 6,8% na década de 1980 e diminuiu para 1,3% em 2006, o que representa uma mudança significativa no perfil epidemiológico. Tanto no Brasil quanto em outros países, os serviços de hemoterapia vêm adotando novas tecnologias para minimizar a disseminação de agentes infecciosos durante a transfusão.
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