Construção e análise da confiabilidade de um instrumento para identificar a concepção de licenciandos e egressos da licenciatura em química sobre cinética química

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8808

Palavras-chave:

Ensino de química; Cinética; Concepções alternativas; Ensino.

Resumo

Esta pesquisa teve como objetivo realizar a construção e análise da confiabilidade destinado à identificação e registro das concepções de licenciandos e egressos do curso de química sobre cinética química. Esta pesquisa figura como quantitativa. Nesse sentido, foi elaborado um questionário Likert constituído por 18 questões e as escalas discordo totalmente, discordo parcialmente, nem concordo e nem discordo, concordo parcialmente e concordo totalmente, para identificar o grau de concordância do participante com cada afirmativa. Essas afirmativas foram construídas considerando-se pesquisas sobre o ensino de cinética e validadas teoricamente por especialistas na área. Posteriormente, realizou-se a validação semântica, com possíveis participantes da pesquisa, para que pontuassem suas compreensões sobre o questionário. As mudanças no questionário foram realizadas em virtude das sugestões dos especialistas. Em consonância, a versão final do questionário foi constituída pela mesma estrutura inicial, exceto pela readequação da parte conceitual de algumas questões e da exclusão da escala nem concordo e nem discordo. O questionário foi respondido por 55 participantes, entre licenciandos e egressos do curso de licenciatura em química de oito instituições públicas brasileiras. Para analisar a confiabilidade das respostas concedidas pelos participantes, adotou-se o Alfa de Cronbach. Para todo o instrumento valor de confiabilidade do alfa foi de 0.64 e posteriormente a realização da purificação do instrumento, considerando apenas 12 questões, pertencentes aos blocos temático B e C a confiabilidade do instrumento foi de 0.94, sugerindo uma alta confiabilidade e que o instrumento constituído por essas questões é confiável e tem medições consistentes.

Biografia do Autor

Ismael Casagrande Bellettini, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Bacharelado (2006) e Licenciatura (2010) em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrado (2009) e doutorado em Físico-Química (2012) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Apresenta estágio de pós-doutoramento pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) (2012-2014). É Professor Adjunto C, nível II, na Universidade Federal de Santa Catarina Campus Blumenau e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Nanociência, Processos e Materiais Avançados (PPGNPMat) da UFSC. Foi coordenador do Curso de Licenciatura em Química e Vice Diretor do Campus de Blumenau - UFSC. Tem experiência na área de Química, com ênfase em Físico-Química, polímeros e copolímeros, surfactantes, estudos da morfologia e dinâmica de agregados entre polímeros e surfactantes, sistemas coloidais. É pesquisador no Grupo de Pesquisa em Materiais Avançados e no Chemical Research and Application Team (CREATE) no Campus Blumenau e no Grupo de estudos em efeitos do solvente e em processos supramoleculares do Departamento de Química da UFSC.

Keysy Solange Costa Nogueira, Universidade Federal de Santa Catarina

Licenciada em Química pelo Instituto Federal de São Paulo (2012). Doutora em Ensino de Ciências, subárea Ensino de Química, pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo (2018). O projeto de doutorado estava vinculado ao Plano de Educação e Difusão do CEPID Redoxoma do Instituto de Química da USP financiado pela FAPESP. No curso de pós-graduação, participou do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE), na disciplina de estágio supervisionado e na disciplina de planejamento. Atuou como professora de Química no Ensino Médio em escolas da Rede Estadual de Ensino de São Paulo e atualmente é professora do Curso de Licenciatura em Química na Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Blumenau. Participa como colaboradora do grupo PEQuim - Pesquisa em Ensino de Química - http://sites.usp.br/pequim/, coordenado pela professora Dra. Carmen Fernandez. Participa ainda do Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciências (EPC), coordenado pela professora Dra. Elaine Pavini Cintra. Coordena o grupo GPFIQ - Grupo de Pesquisa em Formação e Identidade Docente no Ensino de Química e Ciências, que desenvolve pesquisas nas seguintes linhas: Formação de professores, Conhecimento Pedagógico de Conteúdo (PCK), Conhecimento docente, Estado da arte e Identidade docente. É pareceristas em algumas revistas nacionais e internacionais. 

Referências

Aliaga, M., & Gunderson, B. (2002). Interactive statistics. New Jersey: Prentice Hall.

Atkins, P. W., & Paula, J. D. (2008). Físico-Química, vol. 1. Editora LTC: Rio de Janeiro.

Atkins, P., Jones, L., & Laverman, L. (2001). Princípios de Química-: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Bookman Editora.

Bain, K., & Towns, M. H. (2016). A review of research on the teaching and learning of chemical kinetics. Chemistry Education Research and Practice, 17(2), 246-262.

Bittencourt, H. R., Creutzberg, M., Rodrigues, A. C. M., Casartelli, A. O., & Freitas, A. L. S. (2011). Desenvolvimento e validação de um instrumento para avaliação de disciplinas na educação superior. Estudos em Avaliação Educional, 22(48), 91-114.

Bland, J. M., & Altman, D. G. (2012). Cronbach’s alpha. British Medical Journal, 314(7080), 314-572.

Cakmakci, G. (2010). Identifying Alternative Conceptions of Chemical Kinetics among Secondary School and Undergraduate Students in Turkey. Journal of Chemical Education, 87(4), 449-445.

Castro, M. C., Siraque, M., & Tonin, L. T. D. (2017). Aprendizagem significativa no ensino de cinética química através de uma oficina problematizadora. Actio: Docência em Ciências, 2(3), 151-167.

Chairam, S., Klahan, N., & Coll, R. (2015). Exploring secondary students' understanding of chemical kinetics through inquiry-based learning activities. Eurasia Journal of Mathematics, Science and Technology Education, 11(5), 937-956.

Cotta, J. A. O., Gomes, B. M., Andrade, F. L. S., Figueireido, G. C. N., Souza, G. K. F., Linhares, Í. L., Gomes, J. D., Santos, J. M. B., Gomes, L. A., Carmo, N. H., Melo, P. E. S., Santos, P. H. F., Carneiro, R. P. C., & Torres, R. Q. Q. F. (2019). Ensino-aprendizagem de cinética e eletroquímica com uso de atividades experimentais: estudo de caso no ensino superior. Research, Society and Development, 9(2), 1-19.

Cronbach, L. J., & Shavelson, R. J. (2004). My current thoughts on coefficient alpha and successor procedures. Educational and Psychological Measurement, 64(3), 391-418.

DeVillis, R. F. (2003). Scale Development: theory and applications (4th ed.). Thousand Oaks: Sage Publications.

Gilbert, J.K., & Treagust, D.F. (2009). Introduction: Macro, submicro and symbolic representations and the relationship between them: Key models in chemical education. In: Gilbert, J.K., & Treagust, D.F., (Eds.). Multiple Representations in Chemical Education. Berlin: Springer.

Gountas, J., Gountas, S., Reeves, R. A., & Moran, L. (2012). Desire for fame: scale development and association with personal goals and aspirations. Psychology and Marketing, 29(9), 680-689.

Hair Júnior, A., Black, W. C., Babin, B. J., & Anderson, R. E. (2009). Multivariate data analysis. 7. Ed. New Jersey: Prentice Hall.

Johnstone, A.H. (2006). Chemical education research in Glasgow in perspective. Chemistry Education Research and Practice, 7, 49-63.

Justi, R. (2003). Teaching and Learning Chemical Kinetics. In: J.K. Gilbert; R. Justi; D.F. Treagust; J.v. Driel; O.d. Jong. (Org.). Chemical Education: Towards Research-based Practice. Dordrecht, The Netherlands: Kluwer..

Justi, R., & Ruas, R. M. (1997). Aprendizagem de química reprodução de pedaços isolados de conhecimentos?. Química Nova na Escola, (5), 24-27.

Karous, H., Nihant, B., & Leyh, B. (2018). Learning chemical kinetics at secondary school level: Misconceptions and alternative approach. In: Finlayson, O.E., McLoughlin, E., Erduran, S., & Childs, P. (Org.). Electronic Proceedings of the ESERA 2017 Conference. Research, Practice and Collaboration in Science Education. 1ª ed.Dublin: Dublin City University.

Kiouranis, N. M. M., & Reis, J. M. C. (2013). Identificando obstáculos epistemológicos em conteúdos de cinética química. In: IX Congreso Internacional sobre Investigación en Didáctica de las Ciencias, 2013, Girona - Espanha. IX Congreso Internacional sobre Investigación en Didáctica de las Ciencias.

Leontitsis, A., & Pagge, J. (2007). A simulation approach on Cronbach´s alpha statistical significance. Mathematics and Computers in Simulation, 73, 336-340.

Marani, P. F., Oliveira, T. A. L., & Sá, M. B. Z. (2017). Concepções sobre Cinética Química: a influência da Temperatura e da Superfície de Contato. Actio: Docência em Ciências, 2, 321-341.

Martorano, S. A. A., & Marcondes, M. E. R. (2009). As concepções de ciência dos livros didáticos de Química, dirigidos ao Ensino Médio, no tratamento da cinética química no período de 1929 a 2004. Investigações em Ensino de Ciências, 14(3), 341-355.

Martorano, S. A. A., Marcondes, M. E. R., & Carmo, M. P. (2010). A Reconstrução Histórica da Cinética Química: Elaboração e aplicação de um instrumento para investigar as ideias dos alunos sobre esse tema. In: Encontro Nacional de Ensino de Química, 15. Brasília: SBQ.

Melo, M. S., & Silva, R. R. (2019). Os três níveis do conhecimento químico: dificuldades dos alunos na transição entre o macro, o submicro e o representacional. Revista Exitus, 9(5), 301-330.

Miranda, C. L., Pereira, C. S., & Rezende, D. B. (2015). Modelos Didáticos e Cinética Química: Considerações sobre o que se observou nos Livros Didáticos de Química Indicados pelo PNLEM. Química Nova na Escola ,37(3), 197-203.

Mortimer, E. F., Machado, A. H., & Romanelli, L. I. (2000). A proposta curricular de química do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Revista Química Nova, 23(2), 273-283.

Nogueira, K. S. C., Cubero, J., Goes, L. F., & Fernandez, C. (2017). Construção de um questionário para identificação de concepções sobre radicais livres e antioxidantes. In: XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis. XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências.

Parassuraman, A, Zeithami, V. A., & Berry, L. L. (1985). A conceptual model of servicequality and its implications for future research. Journal of Marketing, 49(4), 41-50.

Pasquali, L. (2003). Psicometria: Teoria dos testes na Psicologia e na Educação. Petrópolis: Vozes.

Salomi, G. G. E., Miguel, P. A. C., & Abackerli, A. J. (2005). SERVQUAL x SERVPERF: comparação entre instrumentos para avaliação da qualidade de serviços internos. Gestão & Produção, 12(2), 279-293.

Santos, A. O., Silva, R. P., Andrade, D., & Lima, J. P. M. (2013). Dificuldades e motivações de aprendizagem em Química de alunos do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/UFS/Química). Scientia Plena, 9(7), 1-6.

Vieira, S. (2009). Como elaborar questionários.1. ed. São Paulo: Atlas.

Zappe, J. A., & Sauerwein, I. P. S. (2019). O ensino de Cinética Química nos periódicos nacionais.In.Voigt, C. L. (Org.). O ensino de química 2. Ponta Grossa: Atena Editora. 97-111.

Downloads

Publicado

12/10/2020

Como Citar

OLIVEIRA, . R. de .; BELLETTINI, I. C. .; NOGUEIRA, K. S. C. Construção e análise da confiabilidade de um instrumento para identificar a concepção de licenciandos e egressos da licenciatura em química sobre cinética química . Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e6569108808, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.8808. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/8808. Acesso em: 29 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais