O que diz o aluno sobre as aulas experimentais de química: uma análise das suas enunciações
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i4.923Palavras-chave:
Alunos; Opiniões; Enunciados; Química experimental.Resumo
É recorrente nos discursos oficiais, acadêmicos e também no espaço escolar sobre o protagonismo das aulas experimentais como motivadoras para a aprendizagem discente. Papel esse que é tido muitas vezes como essencial para a melhoria, mudança e transformação do ensino de ciências. Tendo em vista esse objeto e sua complexidade, a presente pesquisa reveste-se de relevância ao buscar interpretar as opiniões dos discentes do 2º ano do ensino médio profissionalizante sobre as aulas experimentais de Química. A abordagem escolhida para satisfazer esse objetivo foi uma pesquisa qualitativa, que utilizou de entrevistas com quatro questões abertas para a coleta de dados, essas que foram interpretadas à luz dos pressupostos bakhtinianos de enunciação e a discussão sobre o uso da experimentação no ensino. Os resultados mostraram a falta de contato dos discentes com experimentos, evidenciando a existência de uma dicotomia entre teoria e prática e, por conseguinte, que a atuação docente é descontextualizada. O que despertou uma visão confusa sobre a disciplina Química; de um lado, alguns alunos reconhecem a sua importância, e do outro, a dificuldade na sua assimilação. Tais desdobramentos expõem a trama de um fenômeno repleto de sentidos e significados que merecem ser discutidos.
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