“O pessoal deveria escutar mais a gente”: relações entre ocupações e saúde na adolescência
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.9365Palavras-chave:
Adolescência; Ocupação; Saúde; Terapia Ocupacional; Educação em saúde; Promoção da saúde.Resumo
O estudo objetivou descrever as relações entre as ocupações cotidianas e a percepção de saúde na perspectiva de adolescentes. Estudo qualitativo, cujos dados foram coletados através de grupos focais com 39 adolescentes do ensino fundamental (13 a 16 anos) de uma escola pública e analisados a partir da Técnica de Análise de Conteúdo Temática. Os dados foram alocados em três categorias: Ocupações na adolescência; Saúde e adolescência e Impactos positivos e negativos das atividades cotidianas na percepção de saúde de adolescentes. Identificou-se uma perspectiva ampliada de saúde, sendo as ocupações entendidas como o que se faz (sozinho ou com outras pessoas) no cotidiano. O uso de smartphone destacou-se não só por ser uma das principais ocupações, mas também pelo seu impacto negativo na percepção de saúde. As dificuldades de diálogo com os pais e a presença de situações de sofrimento mental foram explicitadas. Os adolescentes apontaram a importância de mudanças socioeconômicas, de medidas de controle do uso do celular e principalmente de fortalecimento dos vínculos com os pais como estratégias de promoção da saúde. Os dados analisados apontam para a necessidade e potencialidade de estratégias de promoção de saúde que se pautem na criação de espaços dialógicos, com adolescentes e pais, nos quais se realize a reflexão crítica sobre as ocupações do cotidiano e seus impactos na saúde.
Referências
Amaral, M. A. S., et al. (2017). Adolescência, gênero e sexualidade: uma revisão integrativa. Revista Enfermagem Contemporânea, 6, (1), 62-70.
Baubour, R. (2009). Grupos Focais. Porto Alegre: Artmed.
Borraccino, A., Pera, R., & Lemma, P. (2019). “What being healthy means to me”: A qualitative analysis uncovering the core categories of adolescents’ perception of health. Plos One, 14, (6), 1–11.
Brasil. (2017). Proteger e cuidar da saúde de adolescentes na atenção básica. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Brasília (DF): Ministério da Saúde.
Brasil. (2013). Portaria nº 2.761, de 19 de novembro de Institui a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS). Brasília (DF): Ministério da Saúde.
Campeiz, A. F., Silva, M. A. I., Ferriani, M. G. C., & Aragão, A. S. (2017). Do que precisamos, todos precisam: o processo saúde doença e as vulnerabilidades nos territórios na adolescência. Revista Ideação. Cascavel, Paraná. 19, (2), 126-46.
Correr, R., & Faidiga, M. T. B. (2017). O uso do celular por adolescentes: impactos no relacionamento. Adolescência e Saúde, Rio de Janeiro, 14, (2), 24-39.
Fonseca, P. H. N., Silva, A. C., Araújo, L. M. C., & Botti, N. C. L. (2018). Autolesão sem intenção suicida entre adolescentes. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, 70, (3) 246-258.
Freire, P. (2011). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.
Gomes, R. (2015). Análise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. In: Minayo; Deslandes & Gomes (2015). Pesquisa Social. Rio de Janeiro: Vozes Ltda.
Guerin, C.,S., Priotto, E. M. T. P., & Moura, F. C. (2018). Geração Z: A influência da tecnologia nos hábitos e características de adolescentes. Revista Valore, Volta Redonda: Rio de Janeiro, 3, 726–734.
Lisboa, M. C. & Lerner, K. (2017). Sentidos de saúde, cuidados e risco para adolescentes residentes na favela da Maré, no Rio de Janeiro, Brasil. Interface: Comunicação, Saúde e Educação, São Paulo, 21, (63), 893-906.
Lopes, C. S., et al (2016). Erica: prevalência de transtornos mentais comuns em adolescentes brasileiros. Rev. Saúde Pública, São Paulo, 50, (1).
Malta, D. C., et al. (2017). Uso de substâncias psicoativas em adolescentes brasileiros e fatores associados: Pesquisa Nacional de Saúde dos Escolares, 2015. Revista Brasileira de Epidemiologia. Belo Horizonte, 21, n. (1), 1-16.
Minayo, M. C. S., & Gualhano, L. A. (2019). Promoção da saúde como direito e dever individual e coletivo [online]. SciELO em Perspectiva | Press Releases, [viewed 28 December 2019]. Recuperado de https://pressreleases.scielo.org/blog/2019/11/12/promocao-da-saude-como-direito-e-dever-individual-e-coletivo/.
Monteiro, R. J. S. et al. (2018). DECIDIX: encontro da pedagogia Paulo Freire com os serious games no campo da educação em saúde com adolescentes. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 23, (9), 2951-2962.
Monteiro, R. J. S., Gontijo, D. T., Facundes, V., & Vasconcelos, A. C. S. (2015). “Pensando como um menino é mais fácil”: construções sobre as relações de gênero no discurso de meninas adolescentes. Revista de Terapia Ocupacional da USP, São Paulo, 26, (2), 207-215.
Neves, R. G., et al. (2017). Simultaneidade de comportamentos de risco para infecções sexualmente transmissíveis em adolescentes brasileiros, 2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, 26, (3), 443-454.
Oliveira, E. S. G. (2017). Adolescência, internet e tempo: desafios para a Educação. Educar em Revista, Curitiba, 64, 283-298.
Organização Mundial da Saúde, OMS (1986). Carta de Ottawa para Promoção da Saúde. Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Ottawa, Ontário, Canadá. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf
Reis, A. A. C., Malta, D. C., & Furtado, L. A. C. (2018). Desafios para as políticas públicas voltadas à adolescência e juventude a partir da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 23, (9), 2879-2890.
Rodrigues, A. R. S., Barros, W. M. & Soares, P. D. F. L. (2016). Reincidência da gravidez na adolescência: percepções das adolescentes. Enfermagem em Foco, Pará. 7, (¾) 66-70.
Rudman, D. L (2018). Terapia Ocupacional e ciência ocupacional: construindo alianças críticas e transformadoras. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 26, (1), 241-249.
Silva, M. I. et al. (2014). Vulnerabilidade na saúde do adolescente: questões contemporâneas. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 19, (2), 619-627.
Sobral, M. E. et al. (2015). Avaliação da qualidade de vida de adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Rev. Bras. Promoç. Saúde, Fortaleza, 28, (4), 568-577.
Souza, L. B., Panuncio-Pinto, M. P., & Fiorati, R. C. (2019) Crianças e adolescentes em vulnerabilidade social: bem-estar, saúde mental e participação em educação. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, 27, (2) 252-269.
Towsend, E., & Marval, R. (2013). Profissionais podem realmente promover justiça ocupacional? Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, São Carlos, 21, (2), 229-242.
Valadez-Figueroa, I. et al. (2019). Tentativa suicida y uso del tiempo libre en adolescentes escolarizados mexicanos. Terapia Psicológica, Santiago, 37, (1), 5-14.
Wilcock, A. A. (2006) An occupational perspective of health. (2a ed.), Thorofane: Slack Incorporated.
Zappe, J. G., & Dell’aglio, D. D. (2016). Variáveis pessoais e contextuais associadas a comportamentos de risco em adolescentes. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 65 (1) 44–52.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Danielle Oliveira Silva Valério; Silvia Roberta Peixoto Silva de Oliveira; Vera Lúcia Dutra Facundes; Marcela Paula C. De Andrade Oliveira; Vinicius Barbosa de Freitas Silva; Daniela Tavares Gontijo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.