Melancolia: Arte, Ciência e História no ocidente
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v8i5.941Palavras-chave:
melancolia; arte; psicanálise; história.Resumo
O presente artigo tem como objetivo compreender momentos importantes do percurso histórico e social do conceito de melancolia, considerando seus encontros com a arte, a filosofia e a ciência. Nesse sentido, ocupa-se da investigação das origens do conceito, na Antiguidade Clássica, e suas transformações ao longo da história ocidental, mais particularmente relativas ao período compreendido entre os séculos XVIII e XIX, em que destacam-se sua expressão pelo movimento romântico europeu e sua apreensão pelo discurso médico moderno. Trata-se de uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa e não sistemática, em livros e bases de dados digitais. Desde os postulados hipocráticos, acrescidos das contribuições platônicas e aristotélicas, atravessando todo o medievo, o sujeito melancólico esteve em alguma medida relacionado à genialidade, a um tipo de loucura sagrada e a determinados picos de performance em áreas como a poesia, a filosofia, a política e as artes, em contraponto à sua taciturnidade inerente. Tais características e expressão se acentuam entre o Renascimento e o Romantismo, com o avanço da sociedade industrial, sendo finalmente cerceadas pelo discurso médico moderno, que passa a situar a melancolia em descrições psicopatológicas, em detrimento de suas grandes e enigmáticas potências criadoras.
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