Condições que interferem na qualidade de vida do estudante de Medicina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9640Palavras-chave:
Ansiedade; Depressão; Formação Profissional; Saúde mental.Resumo
A Organização Mundial da Saúde define saúde como um estado de bem estar físico, mental e social com ausência de qualquer doença. Porém, apesar dessa definição já ser consolidada entre a população mundial, a definição de qualidade de vida, objeto do presente estudo, ainda carece de delimitações. Nos últimos anos tem sido crescente a preocupação sobre a qualidade de vida na formação dos profissionais da saúde, devido à alta prevalência de transtornos de ansiedade e depressão além de outros transtornos associados também entre estudantes dessa área. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi identificar os principais fatores de risco que interferem na qualidade de vida dos estudantes de medicina, bem como expor quais são os transtornos mentais prevalentes nessa população. Trata-se de uma revisão de integrativa de literatura realizada com buscas nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, partir dos descritores: depressão, ansiedade, qualidade de vida, estudantes de medicina, saúde mental. Foram incluídos trabalhos publicados nos últimos 10 anos e artigos relevantes para essa revisão. Os resultados foram divididos de acordo com as abordagens analisadas: psicológica, econômica, social e física, além de incluir a análise da influência curricular na qualidade de vida dos estudantes. O domínio psicológico é uma preocupação predominante entre os estudos sobre qualidade de vida dos estudantes de medicina devido ao aumento da prevalência de transtornos de ansiedade e depressão entre essa população. Foi observada alta prevalência de transtornos de ansiedade, depressão e ansiedade e depressão combinados entre os estudantes. No domínio econômico muitos alunos apresentaram dificuldades no início da graduação que contribui para necessidade de bolsas assistenciais ou de empréstimos para se manter com moradia, transporte e alimentação. Já no domínio social os estudos demonstram a importância do componente social para a qualidade de vida, definida nos parâmetros sociais subjetivos como amor, prazer, felicidade, realização pessoal e bem-estar. O domínio físico destacou-se pela preocupação dos estudantes com atividade física e saúde, grande destaque se deu principalmente a qualidade precária desses estudantes nesses itens. Por fim, quanto à influência curricular há reclamações sólidas, principalmente acerca da quantidade de conteúdo e do pequeno tempo para aprendê-lo durante formação. Assim, a qualidade de vida dos estudantes brasileiros de medicina sofre influência de várias esferas da vida diária e das exigências do curso, ainda carece de melhorias, prejudicando a formação dos futuros médicos no país.
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