O efeito mediador da vivência acadêmica na relação entre resiliência pessoal e satisfação de estudantes cadastrados na assistência estudantil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9721Palavras-chave:
Assistência estudantil; Vivência acadêmica; Resiliência pessoal; Satisfação.Resumo
Tendo em vista que cada estudante possui características distintas de resiliência que o auxiliam a enfrentar as dificuldades que interferem em sua satisfação acadêmica, o objetivo geral deste trabalho foi verificar o impacto da resiliência pessoal e da vivência acadêmica na satisfação dos estudantes cadastrados na assistência estudantil de uma Universidade Federal. Quanto aos métodos e procedimentos, foi utilizada uma abordagem quantitativa, na qual se utilizou um questionário online aplicado aos estudantes cadastrados na assistência estudantil dessa universidade para a coleta de dados, com um retorno de 493 respostas completas. A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de Modelagem de Equações Estruturais, com o uso do software Smart-PLS. Os resultados mostraram que a resiliência pessoal impacta, de forma positiva, a vivência acadêmica do estudante e que esta, por sua vez, impacta, também de forma positiva, a satisfação do estudante com a Universidade. Por outro lado, constatou-se que a resiliência pessoal não impacta diretamente a satisfação, somente indiretamente, por meio da vivência acadêmica. Assim, a vivência acadêmica apresenta-se como um fator mediador nessa relação. Ademais, o modelo proposto foi capaz de explicar 65,20% da satisfação dos estudantes com a Universidade.
Referências
Adachi, A. A. C. T. (2009). Evasão e evadidos nos cursos de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.
Almeida, L. S., Soares, A. P. C., & Ferreira, J. A. (2002). Questionário de vivências académicas (QVA-r): avaliação do ajustamento dos estudantes universitários. Avaliação psicológica, 1(2), 81–171.
Almeida, W. M. (2007). Estudantes com desvantagens econômicas e educacionais e fruição da universidade. Caderno CRH, 20(49), 35-46.
Andrade, A. S., et al. (2016). Vivências acadêmicas e sofrimento psíquico de estudantes de psicologia. Psicologia: ciência e profissão, 36(4), 831-846.
Arino, D. O., & Bardagi, M. P. (2018). Relação entre fatores acadêmicos e a saúde mental de estudantes universitários. Revista Psicologia em Pesquisa, 12(3).
Assis, A. C. L., et al. (2013). As políticas de assistência estudantil: experiências comparadas em universidades públicas brasileiras. Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, 6(4), 125-146.
Bello, L. (2011). Política de ações afirmativas na UFRGS: O processo de resiliência na trajetória de vida de estudantes cotistas negros com bom desempenho acadêmico. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil.
Brandão, J. M. (2009). Resiliência: de que se trata? O conceito e as suas imprecisões. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.
Breda, A. D. V. (2018). Resilience of vulnerable students transitioning into a South African university. Higher Education, 75(6), 1109-1124.
Campbell‐Sills, L., & Stein, M. B. (2007). Psychometric analysis and refinement of the Connor–Davidson resilience scale (CD‐RISC): Validation of a 10‐item measure of resilience. Journal of Traumatic Stress: Official Publication of The International Society for Traumatic Stress Studies, 20(6), 1019-1028.
Carelli, M. J. G., & Santos, A. A. A. (1998). Condições temporais e pessoais de estudo em universitários. Psicologia Escolar e Educacional, 2(3), 265-278.
Coates, E. E., Phares, V., & Dedrick, R. F. (2013). Psychometric properties of the Connor-Davidson Resilience Scale 10 among low-income, African American men. Psychological assessment, 25(4), 1349.
Colquitt, J. A., & Zapata-Phelan, C. P. (2007). Trends in theory building and theory testing: A five-decade study of the Academy of Management Journal. Academy of Management Journal, 50(6), 1281-1303.
Connor, K. M., & Davidson, J. R T. (2003). Development of a new resilience scale: The Connor‐Davidson resilience scale (CD‐RISC). Depression and anxiety, 18(2), 76-82.
Costa, S. G. (2010). A equidade na educação superior: Uma análise das Políticas de Assistência Estudantil (Dissertação Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil.
Dalbosco, S. N. P. (2018). Adaptação acadêmica no ensino superior: Estudos com ingressantes. (Tese de Doutorado). Universidade São Francisco, Campinas, Brazil.
Dias, E. C. M., Theóphilo, C. R., & Lopes, M. A. S. (2009, julho). Evasão no ensino superior: estudo dos fatores causadores da evasão no curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Montes Claros–Unimontes–MG. In: Congresso USP De Iniciação Científica Em Contabilidade, São Paulo, Brazil.
Dias, S. M. B., & Costa, S. L. (2016). A permanência no ensino superior e as estratégias institucionais de enfrentamento da evasão. Jornal de Políticas Educacionais, 9(17/18).
Felicetti, V. L., & Morosini, M. C. (2009). Equidade e iniquidade no ensino superior: uma reflexão. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 17(62), 9-24.
Fernandes, M. A. et al. (2018). Prevalência de sintomas ansiosos e depressivos em universitários de uma instituição pública. Revista Brasileira de Enfermagem, 71(5).
Garcia, N. R., & Boruchovitch, E. (2014). Atribuições de causalidade para o desempenho escolar e resiliência em estudantes. Psico-USF, 19(2), 277-286.
Granado, J. I. F. et al. (2005). Integração académica de estudantes universitários: Contributos para a adaptação e validação do QVA-r no Brasil. Psicologia e Educação, 4(2), 31-41.
Hair, J. F. Jr. et al. (2016). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). New York: Sage publications.
Hair, J. F. Jr. et al. (2017). Advanced issues in partial least squares structural equation modeling. New York: Sage Publications.
Hirsch, C. D., et al. (2015). Fatores preditores e associados à satisfação dos estudantes de enfermagem. Acta Paulista de Enfermagem, 28(6), 566-572.
Sales, J. S.J r., et al. (2016). Fatores associados à evasão e conclusão de cursos de graduação presenciais na UFES. Revista Meta: Avaliação, 8(24), 488-514.
Lameu, J. N., Salazar, T. L., & Souza, W. F. (2016). Prevalência de sintomas de stress entre graduandos de uma universidade pública. Psicologia da Educação, (42), 13-22.
Lopes, V. R., & Martins, M. C. F. (2011). Validação fatorial da escala de resiliência de Connor-Davidson (Cd-Risc-10) para brasileiros. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 11(2), 36-50.
Mognon, J. F., & Santos, A. A. A. (2013). Relação entre vivência acadêmica e os indicadores de desenvolvimento de carreira em universitários. Revista brasileira de orientação profissional, 14(2), 227-237.
Montes, J. F. C., Lupercio, B. I. A., González, O. U. R. (2016). Resilience in university students: A comparative study among different careers. Psicogente, 19(36), 227-239.
Nogueira, M. J. C. (2017). Saúde mental em estudantes do ensino superior: Fatores protetores e fatores de vulnerabilidade (Tese de Doutorado). Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal.
Nascimento-e-Silva, D. (2012). Manual de redação para trabalhos acadêmicos: position papers, ensaios teóricos, artigos científicos e questões discursivas. São Paulo: Atlas.
Nascimento-e-Silva, D. (2020a). Regras básicas para redação acadêmica. Manaus: D. N. Silva Editor.
Nascimento-e-Silva, D., Limas, M. F., & Santiago, M. C. (2020b). Como redigir a introdução de comunicações científicas. Manaus: D. N. Silva Editor.
Nascimento-e-Silva, D. (2020c). Manual do método científico-tecnológico. Florianópolis: D. N. Silva Editor.
Oliveira, R. E. C., & Morais, A. (2015). Vivências acadêmicas e adaptação de estudantes de uma universidade pública federal do Estado do Paraná. Revista de Educação Pública, 24(57), 547-568.
Padovani, R. C. et al. (2014). Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Revista brasileira de terapias cognitivas, 10(1), 2-10.
Patrón, O. E., & Garcia, G. A. (2016). The convergence of social identities and environmental contexts in facilitating Latino male resilience. Hispanic Journal of Behavioral Sciences, 38(4), 523-545.
Pessoa, R. C. (2014). Análise da resiliência, bem-estar subjetivo e rendimento acadêmico de estudantes universitários da Amazônia (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Brazil.
Porto, A. M. S., & Soares, A. B. (2017). Diferenças entre expectativas e adaptação acadêmica de universitários de diversas áreas do conhecimento. Análise Psicológica, 35(1), 13-24.
Rahat, E., & Ilhan, T. (2016). Coping styles, social support, relational self-construal, and resilience in predicting students' adjustment to university life. Educational Sciences: Theory and Practice, 16(1), 187-208.
Ramos, A. M. et al. (2015). Satisfação com a experiência acadêmica entre estudantes de graduação em Enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, 24(1), 187-195.
Rodrigues, J. C. B. (2016). O papel das estruturas relacionais e da resiliência no ajustamento psicológico em estudantes universitários (Dissertação de Mestrado). Universidade Católica Portuguesa, Braga, Portugal.
Rousseeuw, P. J., Ruts, I., & Tukey, J. W. (1999). The bagplot: a bivariate boxplot. The American Statistician, 53(4), 382-387.
Salisu, I., & Hashim, N. (2017). A critical review of scales used in resilience research. IOSR Journal of Business and Management, 19(4), 23-33.
Santos, A. A. A., & Suehiro, A. C. B. (2007). Instrumentos de avaliação da integração e da satisfação acadêmica: estudo de validade. Revista Galego-Portuguesa de Psicoloxía E Educación, 14(1).
Santos, A. A. A., Zanon, C., & Ilha, V. D. (2019). Autoeficácia na formação superior: seu papel preditivo na satisfação com a experiência acadêmica. Estud. Psicol.(Campinas, Online), 36, e160077-e160077.
Sarstedt, M. et al. (2019). How to specify, estimate, and validate higher-order constructs in PLS-SEM. Australasian Marketing Journal (AMJ), 27(3), 197-211.
Schleich, A. L. R. (2006). Integração à educação superior e satisfação acadêmica de estudantes ingressantes e concluintes: Um estudo sobre relações (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Campinas, Campinas, Brazil.
Schleich, A. L. R., Polydoro, S. A. J., & Santos, A. A. A. (2006). Escala de satisfação com a experiência acadêmica de estudantes do ensino superior. Avaliação Psicológica, 5(1), 11–20.
Suehiro, A. C. B., & Andrade, K. S. (2018). Satisfação com a experiência acadêmica: um estudo com universitários do primeiro ano. Revista Psicologia em Pesquisa, 12(2).
Vasconcelos, N.B. (2010). Programa nacional de assistência estudantil: uma análise da evolução da assistência estudantil ao longo da história da educação superior no Brasil. Ensino Em-Revista, 17(2), 599-616.
Veloso, T. C. M. A., & Almeida, E. P. (2002). Evasão nos cursos de graduação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus universitário de Cuiabá - um processo de exclusão. Série - Estudos - Periódico do Mestrado em Educação da UCDB, (13), 133-148.
Vendramini, C. M. M., Santos, A. A. A. D., Polydoro, S. A. J., Sbardelini, E. T. B., Serpa, M. N. F., & Natário, E. G. (2004). Construção e validação de uma escala sobre avaliação da vida acadêmica (EAVA). Estudos de Psicologia (Natal), 9(2), 259-268.
Vieira, K. M., Milach, F. T., & Huppes, D. (2008). Equações estruturais aplicadas à satisfação dos alunos: um estudo no curso de ciências contábeis da Universidade Federal de Santa Maria. Revista Contabilidade & Finanças, 19(48), 65-76.
Wang, M. C., & Gordon, E. W. (2012). Educational resilience in inner-city America: Challenges and prospects. New York: Routledge.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Manuella Costa; Marison Luiz Soares; Murilo Zamboni Alvarenga; Daniel Nascimento-e-Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.