Análise do perfil clínico e epidemiológico de mulheres com gravidez molar atendidas em um centro de referência de mola do Nordeste brasileiro entre janeiro de 2011 a janeiro de 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9767

Palavras-chave:

Doença trofoblástica gestacional; Mola hidatiforme; Aplicações da epidemiologia.

Resumo

A mola hidatiforme (MH) é uma doença trofoblástica gestacional (DTG) caracterizada pela a proliferação celular originada do epitélio trofoblástico placentário de forma desordenada. Assim, a pesquisa teve objetivo de analisar o perfil clínico e epidemiológico de grupos de gestantes atendidas em um centro de referência de mola hidatiforme do nordeste brasileiro entre janeiro de 2011 a janeiro de 2019. O estudo de caráter observacional do tipo transversal com abordagem quantitativa foi baseado nos dados dos prontuários de 174 pacientes que tiveram diagnóstico histopatológico confirmado para mola ou aborto não mola entre 2011 e janeiro de 2019. Essas foram divididas em dois grupos: mola hidatiforme, tendo as gestantes com histopatológico confirmado com a doença e ausência de mola hidatiforme, as que apresentaram restos ou material abortivo no histopatológico. Foram analisados parâmetros epidemiológicos, clínico e, laboratoriais entre os grupos.  Aplicou-se a análise inferencial por meio do teste Exato de Fisher e qui-quadrado. Das 174, 66.1% foram diagnosticadas com MH e 33.9% com ausência. O perfil entre ambos os grupos de pacientes foi bem semelhante, diferindo em escolaridade, desfecho e número de consultas, níveis de β-hCG. Entre os dois grupos, houve diferença estatística entre ocupação, escolaridade, paridade, desfecho, comparecimento número de consultas e níveis de β-hCG. Conclui-se que há significante diferença estatística entre fatores socioeconômicos, ginecológicos e laboratoriais entre pacientes com aborto e mola hidatiforme.

Biografia do Autor

Evaldo Hipólito de Oliveira, Universidade Federal do Piauí

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba (1990), graduação em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal da Paraíba (1991), graduação em Direito pela Universidade Federal do Piauí (1999), Doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (2010), mestrado em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (2002), especialização em Vigilância Sanitária e Epidemiológica (1997) e Citologia Clínica (2005). Foi Diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Piauí-LACEN-PI (2003 a 2007). Atualmente é professor Associado da Universidade Federal do Piauí de microbiologia clínica e imunologia clínica (1994). Tem experiência na área de Farmácia (Interdisciplinaridade), atuando principalmente nos seguintes temas: análises clínicas ( bacteriologia, virologia, imunologia, citologia e hematologia ) e Vírus Linfotrópico de Células T Humanas-1/2-HTLV-1/2, HIV, HBV e HCV (Epidemiologa, Imunologia e Análise Molecular).

Referências

Abbas, A. K., Fausto, N., Kuma, V. (2010). Robbins & Cotran Ptaologia: bases patológicas da doença. 8. ed. Rio de Janeiro: Guarabara Koogaan; Capítulo 22, O trato genital feminino; p. 1065-107.

Ahmed,Y. et al. (2019). Incidence and Clinical Profiles of Gestational Trophoblastic Diseases in South West Ethiopia. EC Gynaecology 8.2. 40-9.

Almeida, L. O. G. et al. (2019). Mola Hidatiforme parcial e completa: características clínicas e histológicas. Rev Med UFC, 59 (4), 46-50.

Aziz N, Yousfani S, Soomro I, Mumtaz F (2012). Gestational trophoblastic disease. J Ayub Med Coll Abbottabad, 24, 7-9.

Biscaro, A, Braga, A, Berkowitz, R. S. (2015). Diagnosis, classification and treatment of gestational trophoblastic neoplasia. Rev Bras Ginecol Obstet; 37 (1), 42–51.

Braga, A., Obeica, B., Moraes, V., Silva, E. P., Amim, J. J., Rezende, F. J. (2014). Doença trofoblástica gestacional - atualização. Rev HUPE, 13 (3), 55-61.

Braga, A. et al. (2014). Epidemiological report on the treatment of patients with gestational trophoblastic disease in 10 Brazilian referral centers: Results after 12 years since International FIGO 2000 Consensus. J. Reprod. Med; 59 (5-6), 241-7.

Braga, A., Burlá, M.; Freitas, F. et al. (2016). .Brazilian Network for Gestational Trophoblastic Disease Study Group. Centralized coordination of decentralized assistance for patients with gestational trophoblastic disease in Brazil: a viable strategy for developing countries. J Reprod Med., 61 (5-6), 224–229.

Braga, A., Sun, S. Y., Maestá, I., Uberti E. (2018). Doença trofoblástica gestacional. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) (Protocolo Febrasgo – Obstetrícia, nº 23/Comissão Nacional Especializada em Doença Trofoblástica Gestacional).

Berkowitz, R, Goldstein, D. P. (2009). Current management of gestational trophoblastic disease. Gynecol Oncol., 112: 654–62.

Braga, A., Mora, P., De melo, A. C., et al. (2019). Challenges in the diagnosis and treatment of gestational trophoblastic neoplasia worldwide. World J Clin Oncol., 10 (2), 28–37.

Brazilian Federation of Gynecology and Obstetrics Associations (FEBRASGO). (2019). Where should a patient with hydatidiform mole be treated. Obtido de https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/206-onde-apaciente-com-mola-deve-ser-tratada

Brown, J., Naumann, R. W., Seckl, M. J. et al. (2017). 15years of progress in gestational trophoblastic disease: Scoring, standardization, and salvage. Gynecol Oncol., 144 (1), 200–7.

Bruce, S., Sorosky, J. (2017). Gestational Trophoblastic Disease. Stat Pearls Publishing.

Deep, J. P., Sedhai, L. B., Napit, J., Pariyar, J. (2013). Gestational trophoblastic disease. J Chitwan Medical College, 3 (4), 4-11.

Eysbouts, Y. K., Bulten, J., Ottevanger, P. B., Thomas, C. M. G., Ten Kate-Booij, M. J., Van Herwaarden, A. E., Siebers, A. G., Sweep, F. C. G. J., Massuger, L. F. A. G. (2016). Trends in incidence for gestational trophoblastic disease over the last 20 years in a population-based study. Gynecologic Oncology.

Fatima, M. et al. (2011). Incidence,Management, and Outcome ofMolar Pregnancies at a Tertiary Care Hospital in Quetta, Pakistan. Obstetrics and Gynecology.

Ferraz, L. et al. (2015). Atualização no diagnóstico e tratamento da gravidez molar. JBM., 103 (2).

FIGO Oncology Committee. (2002). FIGO staging for gestational trophoblastic 12. neoplasia 2000. Int J Gynecol Obstet., 77 (3), 285-7.

Garner, E. I., Goldstein, D. P., Feltmate, C. M., Berkowitz, R. S. (2007). Gestational trophoblastic disease. Clin Obstet Gynecol., 50, 112-22.

Horowitz, N. S.; Goldstein, D. P., Berkowitz, R. S. (2017). Placental site trophoblastic tumors and epithelioid trophoblastic tumors: Biology, natural history, and treatment modalities. Gynecol Oncol., 144 (1), 208–14.

Jagtap, S. V. et al. (2017). Gestational Trophoblastic Disease - Clinicopathological Study at Tertiary Care Hospital. Journal of Clinical and Diagnostic Research, 11 (8), 27-30

Lybol, C., Thomas, C. M., Bulten, J., Van Dijck, J. A., Sweep, F. C., Massuger, L. F. (2011). Increase in the incidence of gestational trophoblastic disease in The Netherlands. Gynecologic Oncology, 121 (2), 334–8.

Lurain, J. R. (2010). Gestational trophoblastic disease I: Epidemiology, pathology, clinical presentation and diagnosis of gestational trophoblastic disease, and management of hydatidiform mole. Am. Obstet. Gynecol., 203 (6), 531-9.

Kohorn, E. I. (2014). Worlwide survey of the results of treating gestational trophoblastic disease. J Reprod Med., 59 (3), 145-53.

Yuk, J. S., Baek, J. C., Park, J. E., Jo, H. C., Park, J. K., Cho, I. A. (2019). Incidence of gestational trophoblastic disease in South Korea: a longitudinal, population-based study. Peer J, 7 (e6490), 1- 11.

Maestá, I.; Braga, A. (2012). Challenges of the treatment of patients with gestational trophoblastic disease. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., 34 (4), 143-6.

Milani, H. S. et al. (2018). Risk Factors for Hydatidiform Mole: Is Husband’s Job a Major Risk Factor? Asian Pac J Cancer Prev., 18 (10), 2657-62.

Mohammadjafari, R., Abedi, P., Najafabady, M. T. (2010). The gestational trophoblastic diseases: a ten year retrospective study, Cell Journal, 4 (1).

Mulisya, O. et al. (2018). Prevalence and Factors Associated with Hydatidiform Mole among Patients Undergoing Uterine Evacuation at Mbarara Regional Referral Hospital. Obstetrics and Gynecology International. 1-7.

Nadhan, R. et al. (2017). Insights into dovetailing GTD and Cancers. Crit. Rev. Oncol. Hematol., 114, 77–90

Ngan, H. Y. S. et al. (2015). Update on the diagnosis and management of gestational trophoblastic disease. International Journal of Gynecology and Obstetrics. 131, 123–6,

Negussie, D., Belachew, T. (2008). Profile of gestational trophoblastic diseases in two teaching hospitals, Addis Ababa, Ethiopia. Ethiopian Journal of Health Sciences, 18 (1).

Ngan, H. Y. S., Kohorn, E. I., Cole, L. A., Kurman, R. J., Kim, S. J., Lurain, J. R. et al. (2012). Trophoblastic disease. FIGO cancer report 2012. Inter J Gynecol Obstet., 119, 130–6.

Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa cientifica. [e-book]. Santa Maria: UAB/NTE/UFSM. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/358/2019/02/Metodologia-da-Pesquisa-Cientifica_final.pdf.

Riadh, B. T., Chechia, A., Hannachi, W., Attia, L., Makhlouf, T., Koubaa, A. (2009). Clinical analysis and Management of gestational trophoblastic disease: A 90 cases study. International Journal of Biomedical Science, 5 (4), 321-5.

Seckl, M. J., Sebire, N. J., Berkowitz, R. S. (2010). Gestational trophoblastic disease. Lancet, 28, 717-29.

Sun, S. Y.; Goldstein, D. P.; Bernstein, M. R. et al. (2016). Maternal near miss according to world health organization classification among women with a hydatidiform mole: experience at The New England Trophoblastic Disease Center, 1994–2013. J Reprod Med., 61 (5-6), 210–214.

Schorge, J. O. W et al. (2008). M. M. Corton, Williams Gynecology, McGraw-Hill, New York City, NY, USA.

Sousa, N. C. R et al. (2009). Estudo epidemiológico dos casos de mola hidatiforme ocorridos em Teresina-PI no período 2005/2007. In: 61° Congresso Brasileiro de Enfermagem, 2009 Fortaleza. Anais 61° Congresso Brasileiro de Enfermagem. Fortaleza, CE. p. 4406-08.

Taylor, S., Eisenstein, K., Gildenstern, V. et al. (2019). Metastatic Choriocarcinoma Masquerading as a Congenital Glabellar Hemangioma. Pediatr Dev Pathol., 22 (1), 59–64.

Tse, K. Y., Ngan, H. Y. (2012). Gestational trophoblastic disease. Best Pract Res Clin Obstet Gynaecol; 26 (3): 357-70.

Downloads

Publicado

22/11/2020

Como Citar

FEITOSA, E. L. .; LIMA, D. L. dos S. .; FERREIRA, P. R. B. .; RODRIGUES, T. O. .; PAZ, O. V. P. .; SANTOS JUNIOR, J. A. dos .; OLIVEIRA, E. H. de . Análise do perfil clínico e epidemiológico de mulheres com gravidez molar atendidas em um centro de referência de mola do Nordeste brasileiro entre janeiro de 2011 a janeiro de 2019. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e4989119767, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.9767. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9767. Acesso em: 5 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde