Capacidade discriminativa da escala de Braden na predição de Lesão por Pressão em Unidade de Terapia Intensiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9836

Palavras-chave:

Lesão por Pressão; Unidades de Terapia Intensiva; Cuidados Críticos; Cuidados de Enfermagem; Medição de risco.

Resumo

O objetivo do estudo é avaliar se a escala de Braden e seus componentes possuem capacidade discriminativa no prognóstico de desenvolvimento de lesão por pressão, quando aplicado em terapia intensiva. Foram coletados dados de 764 prontuários de pacientes internados entre 2017 e 2018, sendo 582 considerados válidos. Realizou-se medidas de associação, testes de hipóteses para diferenças entre grupos, correlação bivariada e regressão logística. A idade média dos pacientes foi de 66,4 anos e a pontuação média obtida na escala de Braden de 12,57. Houve diferença estatisticamente significativa no desenvolvimento de lesão por pressão entre os grupos de alto e baixo risco. Ao analisar os componentes da escala de Braden observou-se que ‘Percepção Sensorial’ e ‘Atividade’ se destacam como mais associados ao desenvolvimento de lesão por pressão, mas com expressiva correlação entre si. ‘Umidade’ e ‘Nutrição’ tiveram desempenho insignificante na predição de lesões por pressão. Conclui-se que a escala de Braden ainda possui capacidade preditiva de lesões por pressão em terapia intensiva, apesar do desempenho moderado, com estatística de conformidade de 0,710 em 2017 (intervalo de confiança de 95% entre 0,648 e 0,772) e de 0,803 em 2018 (entre 0,755 e 0,852). O modelo de regressão logística sugere que apenas a mensuração de ‘Percepção sensorial’ tem desempenho discriminatório equivalente à escala de Braden em terapia intensiva nesta amostra.

Referências

Ayello, E. A., Levine, J. M., Langemo, D. Kennedy-Evans, K. L., Brennan, M. R., & Sibbald, G. R. (2019). Reexamining the Literature on Terminal Ulcers, SCALE, Skin Failure, and Unavoidable Pressure Injuries. Advances in Skin & Wound Care, 32 (3), 109-121. Recuperado de https://journals.lww.com/aswcjournal/Fulltext/2019/03000/Reexamining_the_Literature_ on_Terminal_Ulcers,.4.aspx

Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA]. (2017). Nota técnica GVIMS/GGTES n°03/2017: Práticas seguras para prevenção de Lesão por Pressão em serviços de saúde. Recuperado de http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271855/Nota+T%C3% A9cnica+GVIMS-GGTES+n%C2%BA+03-2017/54ec39f6-84e0-4cdb-a241-31491ac6e03e

Alderden J., Rondinelli J., Peppera G., Cummins M. & Whitney J. (2017). Risk factors for pressure injuries among critical care patients: A systematic review. International Journal of Nursing Studies, 71, 97-114. Recuperado de http://dx.doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2017.03.012

Barbetta, P. A..(2004). Estatística aplicada às Ciências Sociais (5th ed.). Editora da UFSC.

Becker, D., Tozo, T. C., Batista, S. S., Mattos, A. L., Silva, M. C. B., Rigon, S., Laynes, R. L., Salomão, E., Hubner, K. D. G., Sorbara, S. G. B., & Duarte, P. A. D. (2017) Pressure ulcers in ICU patients: Incidence and clinical and epidemiological features: A multicenter study in southern Brazil. Intensive and Critical Care Nursing, 42, 55-61. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28434805/

Bergstrom, N., Braden, B.J., Laguzza, A., & Holman, V. (1987) The Braden Scale for Predicting Pressure Sore Risk. Nurs Res, 36(4):205-210. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/3299278/

Bogie, K. M., Zhang, G., Roggenkamp, S. K., Zeng, N., Seton, J., Tao, S., Bloostein, A. L. & Jiayang Sun, J. (2018). Individualized Clinical Practice Guidelines for Pressure Injury Management: Development of an Integrated Multi-Modal Biomedical Information Resource. JMIR Research Protocols, 7(9). Recuperado de https://www-ncbi-nlm-nih-gov.ez82.periodicos.capes.gov.br/pmc/articles/PMC6231753/?report=printable

Borghardt, A. T., Prado, T. N., Araújo, T. M., Rogenski, N. M. B., & Bringuente, M. E. O. (2015). Avaliação das escalas de risco para úlcera por pressão em pacientes críticos: uma coorte prospectiva. Revista Latino Americana de Enfermagem, 23(1):28-35. Recuperado de https://www.scielo.br/pdf/rlae/v23n1/pt_0104-1169-rlae-23-01-00028.pdf

Campanili, T. C. G. F., Santos, V. L. C. G., Strazzieri-Pulido, K. C., Thomaz, P. B. M., & Nogueira, P. C. (2015). Incidência de úlceras por pressão em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva Cardiopneumológica. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(Esp), 7-14. Recuperado de https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0080-62342015000700007&script= sci_abstract&tlng=pt

Costa C. R., Costa M. L & Boução D. M. N. (2016). Escala de Braden: a importância da avaliação do risco de úlcera de pressão em pacientes em uma unidade de terapia intensiva. Revista Científica de Enfermagem, 06 (17), 36-44. Recuperado de https://recien.com.br/index.php/recien/article/view/147

Cox, J. , & Roche, S. . (2015). Vasopressors and Development of Pressure Ulcers in Adult Critical Care Patients. American Journal of Critical Care , 24(6), 501-511.

Debon, R., Fortes, V. L. F., Rós A. C. R., & Scaratti, M. (2018). A visão de enfermeiros quanto a aplicação da escala de Braden no paciente idoso. Rev Fund Care Online. 10(3), 817-823. http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2018.v10i3.817-823

Delmore, B., Cox, J., Rolnitzky, L., Chu, A., & Stolfi, A. (2015). Differentiating a Pressure Ulcer from Acute Skin Failure in the Adult Critical Care Patient. Adv Skin Wound Care, 28(11), 514-526. Recuperado de https://journals.lww.com/aswcjournal/Fulltext/2015/11000/ Differentiating_a_Pressure_Ulcer_from_Acute_Skin.7.aspx

Edsberg, L. E. Black, J. M., Goldberg. M., McNichol, L., Moore, L., & Sieggreen, M. (2016) Revised National Pressure Ulcer Advisory Panel Pressure Injury Staging System: Revised Pressure Injury Staging System. Journal of Wound, Ostomy, and Continence Nursing, 43 (6) 585-597. Recuperado de https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5098472/

El-Marsi, J.,Zein-El-Dine, S., Zein, B., Doumit, R., &Badr, L. K. (2018). Predictors of Pressure Injuries in a Critical Care Unit in Lebanon: Prevalence, Characteristcs and Associated Factors. Jounal of Wound Ostomy Continence Nurses Society, 45, (2), 131-136. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29521923/

Goodman, L., Khemani, E., Cacao, F., Yoon, J., Burkoski, V., Jarrett, S., Collins, B., & Hall T. N. T. (2015) A comparison of hospital-acquired pressure injuries in intensive care and non-intensive care units: a multifaceted quality improvement initiative. BMJ Open Quality, 7(4), 1-5, Recuperado de https://bmjopenquality.bmj.com/content/7/4/e000425

HO, Robert. (2014). Handbook of Univariate and Multivariate Data Analysis with IBM SPSS (2nd ed.). CRC Press.

Kayser, S. A., Vangilder, C. A., & Lachenbruch, C. (2018). Predictors of superficial and severe hospital-acquired pressure injuries: A cross-sectional study using the International Pressure Ulcer Prevalence™ survey. Int J Nurs Stud, 89, 46-52. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30339955/

Kestenbaum, B. . (2019). Epidemiology and Biostatistics: An Introduction to Clinical Research (2nd ed.). Springer.

Kleinbaum , D. G., & Klein, M. (2010). Logistic Regression (3rd ed.). Springer.

Lahmann, N. A., & Kottner, J. (2011). Relation between pressure, friction and pressure ulcer categories: a secondary data analysis of hospital patients using CHAID methods. Int J Nurs Stud, 48(12), 1487-1494. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21839999/

Langemo, D. K., & Brown, G. (2006). Skin fails too: acute, chronic, and end-stage skin failure. Adv Skin Wound Care, 19(4), 206-211. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16641567/

Paranhos, W. Y. & Santos, V. L. C.G. (1999). Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da escala de Braden, na língua portuguesa. Rev Esc Enf USP, 33 (esp), 191 – 206. Recuperado de http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdF/799.pdF

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica (1st ed.). UAB/NTE/UFSM. Recuperado de https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/358/2019/02/Metodologia-da-Pesquisa-Cientifica_final.pdf

Sibbald, R. G., Krasner, D. L., & Lutz, J. (2010). SCALE: Final Consensus Statement: October 1, 2009©, Advances in Skin & Wound Care, 23(5), 225-236. Recuperado de https://journals.lww.com/aswcjournal/Fulltext/2010/05000/SCALE__Skin_Changes_at_Life_s_EndFinal_Consensus.9.aspx

Silva, F., Costa, A. E. K., & Pissaia, L. F., (2018). Análise bibliográfica das iniciativas de prevenção da lesão por pressão em adultos internados em Unidade de Terapia Intensiva. Research, Society and Development, 7(5), 01-14. Recuperado de https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/339/274

Sombra, I. C. N., (2020). Diário da teoria e prática na enfermagem 6. Ponta Grossa: Atena.

Sousa, R. G., Oliveira, T. L., Lima, L. R., Stival, M. M. (2016). Fatores associados à úlcera por pressão (UPP) em pacientes críticos: revisão integrativa da literatura. Universitas: Ciências da Saúde, 14(1), 77-84. Recuperado de https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/view/3602

Tescher, A. N., Branda, M. E., Byrne, T. J. O., & Naessens, J. M. (2012). All at-risk patients are not created equal: analysis of Braden pressure ulcer risk scores to identify specific risks. J Wound Ostomy Continence Nurs, 39(3), 282-91. Recuperado de https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22552104/

Tzuc-Guardia, A., Vega-Morales, E., & Colli-Novelo, L. (2015). Nivel de riesgo y aparición de úlceras por pressión en pacientes en estado crítico. Enfermería Universitária, 12(4), 204-211. Recuperado de http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1665-70632015000400204&lng=es&nrm=iso

Westreich, D. (2020) Epidemiology by Design.New York: Oxford University Press.

Downloads

Publicado

22/11/2020

Como Citar

ARGENTI, G.; ISHIKAWA, G. .; FADEL, C. B. Capacidade discriminativa da escala de Braden na predição de Lesão por Pressão em Unidade de Terapia Intensiva. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 11, p. e4929119836, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i11.9836. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9836. Acesso em: 15 jan. 2025.

Edição

Seção

Ciências da Saúde