Ensino remoto nas universidades federais do Brasil: desafios e adaptações da educação durante a pandemia de COVID-19
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9866Palavras-chave:
COVID-19; Educação Online; Ensino; Pandemia; Instituições de ensino superior.Resumo
Em decorrência do surgimento do Sars-Cov-2, uma infecção viral se alastrou pelo mundo, causando uma pandemia. Houve a necessidade de cumprir medidas de distanciamento social, fazendo com que diversos setores interrompessem suas atividades presenciais. Nessa perspectiva, a rotina acadêmica também foi afetada, gerando a necessidade de adaptações na educação, dessa forma, o ensino remoto foi implementado, após autorização pelo Ministério da Educação, através da Portaria Nº 544/2020. Este estudo objetiva relatar e discutir o ensino remoto nas universidades federais do Brasil. Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo e documental sobre as características da oferta do ensino remoto. Foram utilizadas fontes de dados primários, em domínio público. A população foi composta por todas as universidades federais do Brasil, que juntas somam 69 instituições. Enquanto a amostra foi constituída por 65 instituições que ofertam cursos na área da saúde. Das universidades analisadas, 84,6% adotaram o ensino remoto, 12,3% não iniciaram o cronograma e 3,1% não informaram em seu website. As universidades pioneiras na adesão ao ensino remoto localizam-se na região Nordeste (17,7%) e Sudeste (5,5%), o Norte possui o maior número de instituições que não iniciaram o cronograma (44,4%). Não houve suspensão das atividades de pesquisa (93,4%), tampouco da extensão (95,2%). Os desafios enfrentados diante da pandemia de COVID-19 levaram as instituições federais a analisar alternativas de ensino. O ensino remoto foi adotado pela maioria das universidades como uma possibilidade para continuidade da educação no âmbito do ensino, pesquisa e extensão.
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