Propaganda de Medicamentos no Brasil: o que mudou?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i6.15438

Palavras-chave:

Saúde; Publicidade; Preparações farmacêuticas; Vigilância sanitária.

Resumo

A indústria farmacêutica utiliza a propaganda de medicamentos como principal instrumento para influenciar prescritores e promover a venda. A fim de orientar este mercado, a Regulação Sanitária brasileira iniciou-se em 1976 com a criação da Lei de Vigilância Sanitária nº 6.360. Os critérios éticos para a propaganda de medicamentos no Brasil estão orientados por normas definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1988, sendo a base para a elaboração da Resolução da Diretoria Colegiada 96/2008 atualmente vigente. Para entender a atual conjuntura, o presente estudo verificou a legitimidade do conteúdo das peças publicitárias de medicamentos direcionadas ao público usando como norte regulatório as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dentre as não conformidades nas propagandas, pode-se destacar que 65% das peças não possuíam a frase preconizada ‘Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado’. Os resultados obtidos reiteram a necessidade de constante fiscalização das peças publicitárias, a fim de que os danos à saúde da população sejam mínimos.

Biografia do Autor

Michele Feitoza-Silva, Fundação Oswaldo Cruz

Departamento de Saúde Coletiva, Instituto Aggeu Magalhães - Fiocruz Pernambuco

Bianca Ramos Marins Silva, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Departamento de Saúde Coletiva do Instituto Biomédico da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 

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Publicado

20/05/2021

Como Citar

ARAUJO, J. dos S. C. de; FEITOZA-SILVA, M.; SILVA, B. R. M. Propaganda de Medicamentos no Brasil: o que mudou?. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 6, p. e3510615438, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i6.15438. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/15438. Acesso em: 7 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde