A positivação na formação de profissionais da área da saúde: curadores de doenças ou cuidadores de pessoas?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19721

Palavras-chave:

Ensino superior; Ser humano; Espiritualidade; Saúde.

Resumo

Nas últimas décadas, o avanço nas pesquisas em Neurociências e em Genética, conjugado com a consolidação da Psicologia como Ciência da Psique, tem provocado uma reavaliação na forma de compreensão do Ser Humano, saindo de uma perspectiva onde o homem seria apenas um animal biológico determinado pelo DNA e pelos neurônios para ser compreendido como um Ser complexo que extrapola esses limites. Apesar dos profissionais já estarem sendo convidados para reflexões mais pragmáticas sobre a sua prática profissional cotidiana, não se percebe tal movimento no âmbito da formação destes futuros profissionais, principalmente nos cursos de medicina, mesmo com alguns esforços em implantar uma disciplina com a temática envolvendo saúde e espiritualidade. Tal cenário cria na mente do pesquisador, inquietações sobre os motivos que impedem que mesmo diante de efetivas evidências a respeito de intrínseca relação entre saúde e espiritualidade, os acadêmicos continuem sendo formados para uma medicina que visa curar corpos em detrimento do cuidar de pessoas. Este artigo, propõe-se a nortear pesquisa para se tentar responder a estas e outras inquietações de modo compreender o imaginário subjacente nas construções e consolidação deste cenário desde as suas raízes históricas até as barreiras enfrentadas para a implantação de um modelo de formação que atenda as demandas atuais. Para tanto, analisou de modo breve o processo histórico da positivação na formação de profissionais da área da saúde no Brasil como “curadores” de doenças e não como “cuidadores” de pessoas e compreender a importância da espiritualidade na terapêutica em todos os seus meandros.

Biografia do Autor

Carmen Célia Barradas Correia Bastos, Universidade do Oeste do Paraná

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí (1980), Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1989) e doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2004). Atualmente é professora Sênior da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Educação - PPGE. Pesquisadora do GIEPES - Grupo Internacional de Estudos e Pesquisas em Ensino Superior, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Experiência na área de Educação, atua principalmente nos seguintes temas: projeto pedagógico de cursos de graduação, formação de professores, metodologia de pesquisa, docência em educação superior, fenomenologia.

Marta Lucia Alves Assenza, Universidade do Oeste do Paraná

Possui graduação em LICENCIATURA LETRAS PORTUGUÊS/ITALIANO pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2006). - Pós Graduação MBA em Gestão Estratégica pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2009). - Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2018) Atualmente atuando como Diretora de Assuntos Acadêmicos na Pró-Reitoria de Graduação, da UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ.

Elenita Conegero Pastor Manchope, Universidade do Oeste do Paraná

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (1991) e mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (2002) e doutorado em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2016). Foi Pró-reitora de Graduação da UNIOESTE ( 2016-2019) professora adjunta da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Desde 2000) e Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação superior-GEPES. A partir do ano de 2020 desenvolve o trabalho de Assessoria Pedagógica na Prograd da Unioeste Tem experiência na área de Educação e atua nos seguintes temas: história da educação, educação superior, formação de professor, literatura, memória e literatura infantil.

Ligiane de Lourdes Silva, Universidade do Oeste do Paraná

Farmacêutica Bioquímica, Professora Assistente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná- UNIOESTE. Especialização em Análises Clínicas (UEL). Especialização Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente (FIOCRUZ). Título de Especialista em Farmácia Clínica (SBRAFH). Mestrado em Patologia Experimental (UEL). Professora do curso de Graduação em Farmácia na área de Saúde Coletiva e dos Programas de Residência Uniprofissional em Análises Clínica, Farmácia Hospitalar, Farmácia Industrial, Fisioterapia Hospitalar, Fisioterapia em Terapia Intensiva, Gerenciamento em Enfermagem - UNIOESTE nas disciplinas de Farmácia Clínica, Segurança do Paciente. Coordenadora da Residência em Farmácia Hospitalar no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, Cascavel - Paraná, Integrante do grupo de Pesquisa em Farmacoepidemiologia e Obesidade e Cirurgia Bariátrica-HUOP. Membro da Comissão Assessora de Educação do Conselho Regional de Farmácia-Paraná. 

Referências

Allamel-Raffin C., Leplège A., Martire Junior L. (2011) História da Medicina. São Paulo: Editora Ideias & Letras.

Aranha, M. L. de A. (2006). História da educação e da pedagogia: geral e Brasil – 3ª ed. rev e ampl. - São Paulo: Moderna.

Carvalho J. M. de (2004). A formação das almas - O imaginário da República no Brasil – São Paulo: Companhia das Letras,

Creswell J. W. (2007). Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto - 2. ed. - Porto Alegre: Artmed.

Dalgalarrondo, P. (2008). Religião, Psicopatologia e Saúde Mental. Artmed,

Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 28. ed. São Paulo: Paz e Terra.

Guido, H. (2004). Giambattista Vico: a filosofia e a educação da humanidade. Petrópolis: Vozes.

Fonseca A. B., Valença J. e Silva T. B., (2020). Religião e Saúde na recente produção acadêmica brasileira: uma revisão, in: Vasconcelos, E. M. (Org.) A espiritualidade no trabalho em saúde. 3ª ed – São Paulo: Hucitec, e-book.

Gomes Obana, J. E.; Bastos, C. C. B. C. (2020). Educação e Lazer: um olhar relacional. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 10, p. e8329109248. DOI: 10.33448/rsd-v9i10.9248. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/9248. Acesso em: 9 jun. 2021.

King, M. B., Denin, S. (1998). The Spiritual Variable in Psychiatric Research. Psychological Medicine 28: 1259-62.

Laplatine, F. e Trindade, L. (1997). O que é imaginário – São Paulo: Brasiliense.

Lins I. (1964). História do Positivismo no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional. (Coleção Brasiliana, V. 322)

Luzuriaga, L. (1978). História da educação e da pedagogia. 10. ed. São Paulo: Editora Nacional.

Maffesoli, M. (2008). Michel Maffesoli: o imaginário é uma realidade. Revista FAMECOS, 8(15), 74-82. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2001.15.3123

Morais, R. (2010). Saúde e Espiritualidade: do vulgo ao filosófico. In: Santos F. S. (Org.) A Arte de Cuidar: saúde, espiritualidade e educação. Bragança Paulista, SP: Editora Comenius.

Moreira-Almeida A., Koenig H. G. (2006). Retaining the meaning of the words religiousness and spirituality. Soc Sci Med. Aug; 63(4):843-5,

Moreira-Almeida A., Neto F. L. (2003). Metodologia para o Estudo de Estados Alterados de Consciência. Revista de Psiquiatria Clínica, 30(1):21-8.

Novais, M. F. de A. (2000). Psicologia do Espírito – Salvador/BA: Lar Harmonia.

Platão (2000). A República. São Paulo: Martin Claret,.

Pickstone J. (2008). Medicina, Sociedade e Estado, in: Poter R. Cambridge – História da Medicina. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter.

Ribeiro Júnior J. (2017). O que é positivismo. São Paulo: editora e livraria brasiliense, e-book. (Coleção Primeiros Passos)

Rousseau, J-J. (1995). Emílio ou da educação. São Paulo, Bertrand Brasil.

SBC - Sociedade Brasileira de Cardiologia, GEMCA - Grupo de Estudos em Espiritualidade e Medicina Cardiovascular. (2019). Diretriz de Prevenção em Espiritualidade e Saúde,

Smeke E. de L. M. (2020). Espiritualidade e Atenção Primária à Saúde: contribuições para a prática cotidiana, in: Vasconcelos, E. M. (Org.) A espiritualidade no trabalho em saúde. 3ª ed. – São Paulo: Hucitec, e-book.

Vasconcelos, E. M. (2020). A espiritualidade no cuidado e na educação em saúde, in: Vasconcelos, E. M. (Org.) A espiritualidade no trabalho em saúde. 3ª ed – São Paulo: Hucitec, e-book,

Vico G. (1999). A ciência nova. Rio de Janeiro: Record.

Downloads

Publicado

11/09/2021

Como Citar

OBANA, J. E. G. .; BASTOS, C. C. B. C. .; ASSENZA, M. L. A. .; MANCHOPE, E. C. P. .; SILVA, L. de L. . A positivação na formação de profissionais da área da saúde: curadores de doenças ou cuidadores de pessoas?. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 11, p. e574101119721, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i11.19721. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/19721. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Educacionais