A positivação na formação de profissionais da área da saúde: curadores de doenças ou cuidadores de pessoas?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i11.19721Palavras-chave:
Ensino superior; Ser humano; Espiritualidade; Saúde.Resumo
Nas últimas décadas, o avanço nas pesquisas em Neurociências e em Genética, conjugado com a consolidação da Psicologia como Ciência da Psique, tem provocado uma reavaliação na forma de compreensão do Ser Humano, saindo de uma perspectiva onde o homem seria apenas um animal biológico determinado pelo DNA e pelos neurônios para ser compreendido como um Ser complexo que extrapola esses limites. Apesar dos profissionais já estarem sendo convidados para reflexões mais pragmáticas sobre a sua prática profissional cotidiana, não se percebe tal movimento no âmbito da formação destes futuros profissionais, principalmente nos cursos de medicina, mesmo com alguns esforços em implantar uma disciplina com a temática envolvendo saúde e espiritualidade. Tal cenário cria na mente do pesquisador, inquietações sobre os motivos que impedem que mesmo diante de efetivas evidências a respeito de intrínseca relação entre saúde e espiritualidade, os acadêmicos continuem sendo formados para uma medicina que visa curar corpos em detrimento do cuidar de pessoas. Este artigo, propõe-se a nortear pesquisa para se tentar responder a estas e outras inquietações de modo compreender o imaginário subjacente nas construções e consolidação deste cenário desde as suas raízes históricas até as barreiras enfrentadas para a implantação de um modelo de formação que atenda as demandas atuais. Para tanto, analisou de modo breve o processo histórico da positivação na formação de profissionais da área da saúde no Brasil como “curadores” de doenças e não como “cuidadores” de pessoas e compreender a importância da espiritualidade na terapêutica em todos os seus meandros.
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