Prospecção fitoquímica, teor de fenóis totais e atividade antiradicalar de extrato e frações de folhas de Annona sylvatica (Annonaceae)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i15.22811Palavras-chave:
Araticum-do-mato; DPPH; Fitoquímica; Flavonoides; Antioxidantes.Resumo
O consumo de plantas medicinais tem apresentado um crescimento considerável em diversos países. Annona sylvatica, conhecida vulgarmente como araticum-do-mato, é uma frutífera empregada na medicina popular para baixar a pressão arterial. O objetivo deste trabalho foi investigar o perfil fitoquímico e avaliar a atividade antioxidante de extrato e frações de folhas de A. sylvatica. O extrato em etanol foi obtido por maceração e submetido à partição líquido-líquido para obtenção das frações em hexano, clorofórmio e acetato de etila. As principais classes de metabólitos secundários foram detectadas por prospecção fitoquímica, o teor de fenóis totais (FT) e a atividade antioxidante foram quantificados pelos testes de Folin-Dennis e ensaio da atividade sequestradora do radical DPPH, respectivamente. Através do coeficiente de Pearson, os teores de fenóis totais foram correlacionados com os valores de CE50 observados no ensaio do DPPH. A prospecção fitoquímica detectou a presença de flavonoides, saponinas, alcaloides e triterpenos/esteroides. A fração AcOET apresentou o maior teor de fenóis totais e maior atividade no ensaio do DPPH, com os valores de 84,0±4,4 mg EAG. g-1 e CE50 9,28 µg. mL-1, respectivamente. Observou-se uma forte correlação negativa entre o teor de FT e os valores de CE50, sugerindo que parte da atividade antioxidante observada está relacionada ao teor de FT. Os resultados sugerem que a araticum-do-mato é uma importante fonte de antioxidantes naturais.
Referências
Alves, C. Q., David, J. M., David, J. P., Bahia, M. V. & Aguiar, R. M. (2010). Métodos para determinação de atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Química Nova, 33(10), 2202-2210.
Almeida, J. R. G. S., Araújo, C. S., Pessoa, C. O., Costa, M. P. & Pacheco, A. G. M. (2014). Atividade antioxidante, citotóxica e antimicrobiana de Annona vepretorum Mart. (Annonaceae). Revista Brasileira de Fruticultura, 36, 258-264.
Araújo, R. C. P., Neves, F. A. R., Formagio, A. S. N., Kassuya, C. A. L., Stefanello, M. E. A., Souza, V. V., Pavan, F. R. & Croda, J. (2014). Evaluation of the anti-mycobacterium tuberculosis activity and in vivo acute toxicity of Annona sylvatica. BMC Complementary and Alternative Medicine, 14(1), 209-219.
Azevedo, L. F. P.; Faria, T. S. A.; Pessanha, F. F.; Araújo, M. F. & Lemos, G. C. S. (2014). Triagem fitoquímica e atividade antioxidante de Costus spicatus (Jacq.) S.W. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 16(2), 209-215.
Bessa, N. G. F. D., Borges, J. C. M., Beserra, F. P., Carvalho, R. H. A., Pereira, M. A. B., Fagundes, R., Campos, S. L., Ribeiro, L. U., Quirino, M. S.; Chagas Junior, A. F. & Alves, A. (2013). Prospecção fitoquímica preliminar de plantas nativas do cerrado de uso popular medicinal pela comunidade rural do assentamento vale verde – Tocantins. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, 15(4), 692-707.
Babu, M. M. & Lawrence, B. (2014). Phytochemical analysis of Annona reticulata L. Leaf extracts. Applied Sciences, 4(5), 4-8.
Benites, R. S. R., Formagio, A. S. N., Argandoña, E. J. S., Volobuff, C. R. F., Trevizam, L. N. F., Vieira, M. C. & Silva, M. S. (2015). Contents of constiuents and antioxidante activity of seed and pulp extracts of Annona coriacea and Annona sylvatica. Brazilian Journal of Biology, 75(3), 685-961.
Chen, S. L., Yu, H., Luo, H. M., Wu, Q., Li, C.-F. & Steinmetz, A. (2016). Conservation and sustainable use of medicinal plants: problems, progress, and prospects. Chinese Medicine, 11, 37-47.
Carvalho Junior, A. R., Ferreira, R. O., Passos, M. S., Boeno, S. I. S., Virgens, L. L. G., Ventura, T.L.B.; Calixto, S.D., Lassounskaia, E., Carvalho, M. G., Braz-Filho, R. & Vieira, I. J. C. (2019). Antimycobacterial and Nitric Oxide Production Inhibitory Activities of Triterpenes and Alkaloids from Psychotria nuda (Cham. & Schltdl.) Wawra. Molecules, 24(6), 1026-1037.
Formagio, A. S. N., Vieira, M. C., Santos, L. A. C., Cardoso, C. A. L., Foglio, M. A., Carvalho, J. E., Silva, M. A. & Kassuya, C. A. L. (2013). Composition and Evaluation of the Anti-Inflammatory and Anticancer Activities of the Essential Oil from Annona sylvatica A. St.-Hill. Journal of Medicinal Food, 16(1), 20-25.
Ferreira, R. O., Carvalho Junior, A. R., Riger, C. J., Castro, R. N., Silva, T. M. S. & Carvalho, M. G. (2016) Constituintes químicos e atividade antioxidante in vivo de flavonoides isolados de Clusia lanceolata (Clusiaceae). Química Nova, 39, 1093-1097.
Goncalves, G. L. P., Ribeiro, L. D., Gimenes, L., Vieira, P., Silva, M. F. D. F., Forim, M. R., Fernandes, J. B. & Vendramim, J. D. (2015). Lethal and sublethal toxicities of Annona sylvatica (Magnoliales: Annonaceae) extracts to Zabrotes subfasciatus (Coleoptera: Chrysomelidae: Bruchinae). Florida Entomology, 98(3), 921-928.
Howes, M.-JR, Quave, C. L.; Collemare, J., et al. (2020). Molecules from nature: Reconciling biodiversity conservation and global healthcare imperatives for sustainable use of medicinal plants and fungi. Plants, People, Planet, 2, 463– 481.
Ijaiya, I. S., Arzika, S., & Abdulkadir, M. (2014). Extraction and Phytochemical Screening of the Root and Leave of Annona Senegalesis (Wild Custad Apple). Academic Journal of Interdisciplinary Studies, 3(7), 9-15.
Ibrahim, F.; Jaber, A.; Ibrahim, G.; Cheble, E. (2020). Antioxidant activity and total phenol content of different plant parts of Lebanese Annona Squamosa Linn. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences ,12(8), 100–105.
Lobão, A. Q., Silva, R. M. & Forzza, R. C. (2012). Guatteria (Annonaceae) da Floresta Atlântica brasileira. Rodriguésia, 63(4), 1039-1064.
Leite, D. O. D., Nonato, C. F. A., Camilo, C. J., Carvalho, N. K. G., Nobrega, M. G. L. A., Pereira, R. C. & Costa J. G. M. (2020). Annona genus: traditional uses, phytochemistry and biological activities. Current Pharmaceutical Design, 26(33), 4056-4091.
Matos, F.T. (1997). Introdução à Fitoquímica Experimental. UFC.
Março, P. H. & Poppi, R. J. (2008). Procedimentos analíticos para identificação de antocianinas presentes em extratos naturais. Química Nova, 31(5), 1218-1223.
Mishra, S., Ahmad, S., Kumar, N., & Sharma, B. K. (2013). Annona muricata (the cancer killer): a review. The Global Journal of Pharmaceutical Research, 2(1), 1613-1618.
Martins, G. V., Alves, D. R., Viera-Araújo, F. M., Rondon, F., Braz-Filho, R. & Morais, S. M. (2018). Estudo Químico e Avaliação das Atividades Antioxidante, Antiacetilcolinesterase e Antileishmanial de Extratos de Jatropha gossypifolia L. (Pião Roxo). Revista Virtual de Química, 10(1), 21-36.
Neethu Simon K., Santhoshkumar R. & Neethu S. K. (2016). Phytochemical analysis and antimicrobial activities of Annona squamosa (L) leaf extracts. Journal of Pharmacognosy and Phytochemistry. 5(4):128-131.
Newman, D. J. & Cragg, G. M. (2020). Natural Products as Sources of New Drugs over the Nearly Four Decades from 01/1981 to 09/2019. Journal of Natural Products, 83(3),770-803.
Pinto, A. C. Q., Cordeiro, M. C. R., Andrade, S. R. M., Ferreira, F. R., Filgueiras, H. A. C., Alves, R. E. & Kinpara, D. I. (2005). Annona species. International Centre for Underutilised Crops, University of Southampton.
Paz, W. H. P., Santos, R. P. & Lima, F. L. (2014). Prospecção preliminar fitoquímica e avaliação da atividade antimicrobiana dos extratos de Cenostigma macrophyllum Tul. Boletim Informativo Geum, 5(4), 52-59.
Quílez, A. M., Fernández-Arche, M. A., García-Giménez, M. D., & De la Puerta, R. (2018). Potential therapeutic applications of the genus Annona: Local and traditional uses and pharmacology. Journal of Ethnopharmacology, 225, 244-270.
Rabêlo, S. V., Costa, M. M., Libório, R. C. & Almeida, J. R. G. S. (2014). Atividade antioxidante e antimicrobiana de extratos de atemoia (Annona cherimola Mill. X A. squamosa L.). Revista Brasileira de Fruticultura, 36, 265-271.
Simões, C. M. O., Schenkel, E. P., Mello, J. C. P., Mentz, L. A. & Petrovick, P. R. (2016). Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Artmed.
Singleton, V. L., Orthorfer, R. & Lamuela-Raventós, R. M. (1999). Analysis of total phenols and other oxidation substrates and antioxidants by means of folin-ciocalteu reagente. Methods in Enzymology, 299, 152-178.
Sousa, C. M. M., Silva, H. R., Vieira-Jr., G. M., Ayres, M. C. C., Costa, C. L. S., Araújo, D. S., Cavalcante, L. C. D., Barros, E. D. S., Araújo, P. B. M., Brandão, M. S. & Chaves, M. H. (2007). Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, 30, 351-355.
Vendruscolo, G. S. & Mentz, L. A. (2006). Levantamento etnobotânico das plantas utilizadas como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Iheringia, Série Botânica, 61(1-2), 83-103.
Vechia, L.D., Gnoatto, S.C.B. & Gosmann, G. (2009) Derivados oleananos e ursanos e sua importância na descoberta de novos fármacos com atividade antitumoral, anti-inflamatória e antioxidante. Química Nova, 32, 1245-1252.
Vetrania, C., Costabile, G., Vitale, M. & Giacco, R. (2020). (Poly)phenols and cardiovascular diseases: Looking in to move forward. Journal of Functional Foods, 71, 104013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Tamara Mendes Leite Silva Trindade; Almir Ribeiro de Carvalho Junior; Rafaela Oliveira Ferreira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
