Síndrome do esgotamento profissional e fatores relacionados em docentes
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i5.28146Palavras-chave:
Saúde mental; Escola; Saúde do professor; Estresse profissional; Síndrome de Burnout.Resumo
A Síndrome do Esgotamento Profissional (SEP) se caracteriza como uma doença do trabalho. Dentre os fatores ligados ao desenvolvimento da SEP, as questões relacionadas às condições de trabalho têm um peso significativo. Com isso, o estudo objetivou verificar se a rede de ensino em que os(as) professores(as) lecionam, Municipal, Estadual e Federal, tem influência no desenvolvimento da SEP e seus fatores relacionados. Caracteriza-se como um estudo descritivo diagnóstico, com docentes de escolas da rede pública de Uruguaiana/RS. Fizeram parte do estudo 91 professores(as) sendo 40 da rede Estadual, 31 da rede Municipal e 20 da rede Federal de ensino. Para avaliar a SEP, foi utilizado o Inventário JBEILI inspirado no Maslach Burnout Inventory para Síndrome de Burnout, associado a um questionário desenvolvido pelos(as) autores(as) para o levantamento de demais variáveis. Não se encontrou valor estatisticamente significativo para os índices médios da SEP entre as redes de ensino, porém encontrou-se correlação entre a pontuação da SEP e a carga horária e renda na rede municipal. Identificou-se que a presença de SEP esteve associada significativamente com a renda, sendo que 43,2% dos(as) professores(as) com o indício de SEP, estavam na classe financeira mais baixa. A rede Estadual apresentou associação significativa com o tempo de docência, bem como a rede Municipal apresentou a SEP associada com a faixa etária mais jovem. O estudo obteve informações valiosas, apontando a necessidade de intervenções voltadas à saúde mental de professores(as), além de mais estudos envolvendo esta população.
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