Capitalismo contemporâneo e as “redes sociais de resistência” do rural brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.29182

Palavras-chave:

Capitalismo; Redes; Teoria Ator-Rede; Agroecologia.

Resumo

O desequilíbrio climático e ambiental, fruto da intensificação e ampliação do sistema econômico planetário capitalista, é cada vez mais preocupante. Dados alarmantes revelados por cientistas em nível mundial, mobilizam países em prol da redução destes efeitos, para a manutenção da espécie humana. Parte-se desta premissa o objetivo deste artigo que, por meio de uma pesquisa exploratória, irá explanar sobre o contexto histórico que consolida esta conjuntura, os reflexos desta trajetória na contemporaneidade, bem como as “redes sociais de resistência”, que se articulam no enfrentamento a tais desequilíbrios sistêmicos. Tendo como enfoque a realidade brasileira, e, em específico, a inserção do capitalismo nas relações no ambiente rural do país, o artigo trará para a discussão o impacto do capitalismo rural para a luta dos camponeses/trabalhadores rurais; a consolidação desta inserção capitalista no rural por meio de dados contemporâneos em relação ao desmatamento brasileiro e a consolidação do agronegócio e da produção de monoculturas de exportação, que impactam diretamente o trabalho e a segurança alimentar no Brasil. O intuito é, também, apresentar algumas alternativas de resistência existentes neste cenário preocupante, como forma de se pensar e sistematizar estratégias de sua superação.

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Publicado

29/04/2022

Como Citar

FILUS, V.; LIMA, R. de S. Capitalismo contemporâneo e as “redes sociais de resistência” do rural brasileiro. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 6, p. e32211629182, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i6.29182. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/29182. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais