Política de saúde mental, ensino em enfermagem e dificuldades na prática assistencial
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3815Palavras-chave:
Enfermagem; Saúde Mental; Reforma dos Serviços de Saúde; Política; Educação em Enfermagem.Resumo
Este trabalho tem o objetivo de analisar a formação dos enfermeiros oriundos de instituições de ensino públicas e privadas, da cidade de São Paulo considerando as transformações propostas pela Política Nacional de Saúde Mental e pela Reforma Psiquiátrica brasileira. Pesquisa de abordagem qualitativa, descritiva-exploratória, com uso do referencial metodológico da análise documental e da análise de conteúdo. Realizou-se entrevistas com os docentes responsáveis pelas disciplinas de Saúde Mental e foi elaborada a análise documental dos Projetos Político-Pedagógicos que norteiam os cursos de enfermagem pesquisados. Foram identificados problemas que interferem na qualidade do ensino ofertado principalmente no que se refere as práticas de estágios nos serviços substitutivos, dos quais destacam-se a desarticulação e a inadequação do funcionamento da rede de atenção em saúde mental; a deficiência no número de serviços para atender a demanda da população e das escolas. Além disso, há dificuldades na contratualização com a gestão da saúde para estabelecer os campos de prática devido a terceirização do setor e na associação da teoria dada, em sala de aula, com as práticas desenvolvidas nas unidades de assistência. Percebeu-se que as instituições de ensino não ofertavam formação na graduação em enfermagem alinhadas às transformações propostas pela Política Nacional de Saúde Mental e pelos pressupostos da Reforma Psiquiátrica.
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