Exposição a agrotóxicos e risco de doença de Parkinson: Um estudo caso-controle no Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40691Palavras-chave:
Pesticidas; Doença de Parkinson; Doenças Neurodegenerativas; Exposição ambiental.Resumo
A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa idiopática e tem sido associada à exposição prolongada a pesticidas. Neste trabalho, nosso objetivo foi determinar se a exposição a pesticidas estava associada ao risco de DP e outras manifestações neurológicas. Realizamos um estudo piloto de caso-controle com pacientes de dois ambulatórios de neurologia. Casos de DP (n = 29) foram pareados com controles (n = 83) selecionados aleatoriamente nos mesmos ambulatórios. Para a coleta de dados, entrevistas por telefone foram realizadas usando um questionário estruturado. No geral, os casos de DP foram proporcionalmente mais expostos a pesticidas do que o grupo controle, mas a associação não foi estatisticamente significativa (OR= 1,92; 95%, IC: 0,77–4,66; p = 0,15). Identificamos alta prevalência de sintomas neurológicos e psicológicos entre os participantes do estudo, principalmente entre os indivíduos que relataram exposição a agrotóxicos. Nossos resultados reforçam a importância de mais estudos que investiguem a relação entre DP e agrotóxicos para melhor entender esse fenômeno.
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