Impactos de uma roda de conversa entre gestantes e acadêmicos de medicina
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40704Palavras-chave:
Atenção primária à saúde; Aprendizagem baseada em problemas; Parto humanizado; Educação em saúde.Resumo
Diante de uma realidade em que o conhecimento popular fidedigno e as inverdades misturam-se corriqueiramente, faz-se necessário investigar quais os impactos do diálogo na formação de uma consciência crítica. Nesse sentido, o relato de experiência apresentou o seguinte objetivo: relatar a experiência vivida por gestantes e acadêmicos de medicina em uma roda de conversa como espaço de construção coletiva do conhecimento. Partindo de um estudo observacional, descritivo e com abordagem qualitativa, observou-se, durante a vivência da roda de conversa, a persistência de crenças envolvendo o parto normal, haja vista que, ao elencar-se verdades e mitos acerca do parto humanizado, muitos dos mitos faziam parte do contexto das gestantes, inclusive como informações ainda propagadas por profissionais de saúde. Tornou-se evidente também o desconhecimento das usuárias acerca dos seus direitos no momento do parto e como a ausência dessa informação favorece a ocorrência de episódios de violência obstétrica em um momento singular e de significativa vulnerabilidade, o parto. Além disso, os acadêmicos de medicina envolvidos no evento foram beneficiados com a vivência de práticas que vão para além da teoria, tais como o aperfeiçoamento da capacidade de comunicação, a autonomia nos estudos e a transformação da realidade através do conhecimento. A partir da dinâmica idealizada com base no ensino PBL, conclui-se que o compartilhamento de informações é a via mestra na desmistificação de conhecimentos inadequados e na construção de mulheres conscientes dos seus direitos, posto que o empoderamento feminino e o saber estão intimamente interligados.
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