Processos de resiliência de uma pessoa surda a partir das relações familiares estabelecidas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7273Palavras-chave:
Família; Surdo; Resiliência.Resumo
A partir de uma pesquisa desenvolvida em um programa de doutoramento, fez-se o recorte de um participante e sua família. Desse modo, o presente artigo pretende apresentar as contribuições de uma família resiliente no processo de ser surdo. Configura-se como um estudo de caso de um sujeito surdo universitário e sua família, que se destacou dentre os dez surdos estudantes do Ensino Superior e respectivos familiares, colaboradores da investigação original, pelo comprometimento com a cultura surda, com o “movimento surdo”, com seus estudos e com respeito e aceitação de sua condição de ser surdo. Aplicou-se entrevista em profundidade realizada em junho de 2019. Foi adotado a análise de conteúdo do tipo análise temática e definido como núcleos temáticos os pilares da resiliência familiar: Crenças familiares, Processo de comunicação com abertura, Padrões organizacionais. No caso em questão a resiliência familiar contribuiu com a desenvoltura de um de seus membros (surdo) a partir da aceitação da diferença, não o colocando como excluído e dando-lhe as mesmas oportunidades oferecidas à filha ouvinte. O que levou o filho surdo a compreender a diferença entre ouvintes e surdos, mas não a paralisar, percebendo-se na perspectiva da diferença e não da deficiência. A partir do caso apresentado, identificou-se que a família em estudo, ao assumir atitudes positivas diante dos fatos inesperados e ao enfrentar o curso da vida como algo a ser encarado com equilíbrio e boas crenças de possibilidade de resoluções, torna-se resiliente e leva os seus membros a desenvolverem a capacidade de resiliência.
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