Trabalhando noções de tempo e espaço em uma classe hospitalar
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23745Palavras-chave:
Educação matemática; Classe hospitalar; Unidades de medida.Resumo
O presente estudo tem como objetivo refletir sobre a emergência da comunicação matemática, a partir de atividade intitulada “Meu dia, minhas atividades”, desenvolvida em uma classe hospitalar localizada em Belém e vinculada à Secretaria de Educação do Pará. O espaço investigado atende, prioritariamente, a vítimas de acidente com motor ou eixos de motor de embarcação, ocasionando a retirada abrupta parcial ou total do couro cabeludo. A atividade teve como objetivo dialogar sobre conceitos introdutórios de medidas de tempo, relacionando-as a atividades cotidianas das estudantes em suas localidades de origem e no ambiente hospitalar. A pesquisa se caracteriza como qualitativa e os dados foram analisados à luz da perspectiva participacionista de comunicação interpessoal. Participaram da atividade duas alunas, de 10 e 12 anos, cursando o 3º e 4º anos do Ensino Fundamental, respectivamente. Compreendemos que a metodologia dialógica adotada para realização da atividade incentivou o engajamento das participantes, possibilitando a individualização do discurso matemático a partir do enfoque participacionista e legitimando a comunicação das estudantes nas modalidades oral e escrita. Por fim, ressaltamos a importância do incentivo e suporte institucional à atuação de professores, acadêmicos e pesquisadores em ambientes tidos como não-usuais para a escolarização formal, de modo a garantir que o direito fundamental de acesso à educação seja assegurado a crianças e adolescentes em tratamento de saúde.
Referências
Alrø, H. & Skovsmose, O. (2006). Diálogo e aprendizagem em educação matemática. Ed. Autêntica.
Azevedo, S. A. A. (2019). O desafio de argumentar nas aulas de Matemática: uma investigação com estudantes do 1º ano do Ensino Fundamental. (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 259f. https://tede.pucsp.br/bitstream/handle/22665/2/Simone %20Aparecida%20dos%20Anjos%20 Azevedo.pdf.
Barros, A. S. S., Gueudeville, R. S. & Vieira, S. C. (2011). Perfil da publicação científica brasileira sobre a temática da classe hospitalar. Revista Brasileira de Educação Especial. 17(2), 335-354. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-5382011000200011.
Batista, A. V. et al. (2009). A práxis pedagógica no ambiente hospitalar: perspectivas e desafios. Pedagogia em ação. 37. PUC Minas. http://pucmg.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELETR20120912121103.pdf?PHPSESSID=8db60cf9fcdb7a4d3c9983fc1b79fc11.
Beckman, K. A. F. & Santos, N. C. M. (2010). Terapia Ocupacional: relato de caso com vítima de escalpelamento por eixo motor de barco. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional. 12 (1). http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/viewFile/189/145.
Brasil. (2015). Capitania dos Portos da Amazônia Oriental. Palestra de Prevenção ao Escalpelamento. Marinha do Brasil. https://www.mar.mil.br/cpaor/arquivos/escalpelamento.pdf .
Brasil. (2002). Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC; SEESP. Disponível em: portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf .
Cardoso, M. A. & Jacomeli, M. R. M. (2010). Estado da arte acerca das escolas multisseriadas. Revista HISTEDBR On-line. 10(37e), 174-193. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639788.
Castro, J. F., Silva, S. M., Vendrame, E. C. S & Paula, E. M. A. T. (2021). Educação na pandemia: jogos e brincadeiras on-line com crianças em tratamento de saúde. Research, Society and Development. 10(14). https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/21763.
Covic, A. N. & Oliveira, F. A. de M. (2011). O aluno gravemente doente. Ed. Cortez.
Cunha, C. B. et al. (2012). Perfil epidemiológico de pacientes vítimas de escalpelamento tratados na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica. 27(1), p. 3-8. https://www.scielo.br/pdf/rbcp/v27n1/03.pdf.
Holanda, E. R.; Collet, N. (2011). As dificuldades da escolarização da criança com doença crônica no contexto hospitalar. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 45(2), p. 381-389, 2011. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n2/v45n2a11.
Lacerda, F. B.; Silva, R. F. G. (2015). A classe hospitalar no Pará: implantação e Implementação. Revista Marupiíra. 2, 66-81. https://periodicos.uepa.br/index.php/marupiira/article/view/913.
Loss, A. S. (2014). Para onde vai a pedagogia? os desafios da atuação profissional na pedagogia hospitalar. Ed. Appris.
Marchesan, E. C. et al. (2009). A não-escola: os sentidos atribuídos à escola e ao professor hospitalares por pacientes oncológicos. Psicologia: ciência e profissão. 29, p. 476-493. //www.scielo.br/j/pcp/a/NmLJCr58WBLKDsKgbdwZtCy/?lang=pt.
Mendes, E. G. (2002). Desafios atuais na formação do professor de educação especial. Revista Integração. 24, 12-17.
Roazzi, A. & Castro Filho, J. A. de. (2001). O Desenvolvimento da Noção de Tempo como Integração da Distância e da Velocidade. Psicologia: Reflexão e Crítica. 14, p. 497-503. https://www.scielo.br/j/prc/a/yHDBqDDmkmCmWYzg9NDvC6y/?format=pdf&lang=pt.
Roque, T. (2012). História da matemática. Editora Zahar.
Saldanha, G. M. M. M. (2012). A Educação escolar hospitalar: práticas pedagógicas docentes com crianças em tratamento oncológico no Hospital Ophir Loyola em Belém-PA. (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Pará, Belém. http://200.239.66.58/jspui/handle/2011/2791.
Sfard, A. (2006) Participationist discourse on mathematics learning. New mathematics education research and practice, 153-170.
Souza, E. G.; & Miguel, A. (2020). A encenação de práticas culturais na tessitura de outras escolas: A vida como eixo da ação educativa. REMATEC. 15(33), p. 166-184. http://rematec.net.br/index.php/rematec/article/view/227.
Vasconcelos, S. M. F. (2015). Histórias de formação de professores para a Classe Hospitalar. Revista Educação Especial. 1(1), 27-40, periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Eunice Cajango; Elielson Sales
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.