Influência cultural nos cuidados das mães angolanas aos recém-nascidos e estratégias em saúde: perspetiva dos profissionais de saúde

Resumo

A mortalidade infantil é um indicador-chave não apenas para a saúde e o bem-estar infantil, mas também para o progresso geral em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O profissional de saúde assume uma posição de relevo, e deve estar munido de competências que promovam a excelência do cuidar, culturalmente congruente e de qualidade. Atuando as práticas educativas em saúde como um potencializador do auto-cuidado. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e transversal com metodologia qualitativa, cuja amostra é não probabilística por conveniência, composta por profissionais de saúde angolanos. Analisou-se a influência cultural dos cuidados das mães angolanas ao recém nascidos e estratégias de intervenção em saúde na perspetiva de profissionais de saúde angolanos, bem como o desempenho desses mesmos profissionais. Os profissionais de saúde referem que a influência cultural nos cuidados é promotora de práticas não recomendadas pela OMS, com consequências nocivas para a saúde, como é exemplo, os cuidados realizados ao coto umbilical, com utilização de produtos que causam onfalite e aumentam o risco de sépsis e morte neonatal. Os mesmos defendem que perante tal constatação, é primordial, investir em estratégias que permitam melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, de modo a reduzir a mortalidade neonatal em Angola. Estes resultados corroboram o descrito na literatura e em estudos no mesmo contexto, o que valoriza a merecedora atenção perante a atual realidade.